- o que vocês andaram aprontando? - falou a enfermeira da noite anterior com a expressão de desconfiança no rosto ao nos ver deitados abraçados na cama. Dei um pulo.
- na-nada... Só dormi aqui porque estava desconfortável a poltrona - disparei.
- ta tudo bem - ela riu - sorte que foi eu quem chegou primeiro - se aproximou da plaquinha próximo à cama do Rafael. - como se sente? - perguntou a ele que estava ainda sonolento
- o pé ainda dói bastante e o braço dormente - olhou para mim. Senti minhas bochechas arderem
- daqui a 1h sua operação começa. Antes, precisamos realizar uns exames - falou a enfermeira enquanto anotava algo na prancheta - você pode agurdar na sala de espera - se dirigiu a mim - vou deixar vocês se despedirem antes de levar o Rafael. Depois só vão namorar quando acabar a cirurgia. Juízo. - falou caminhando até a porta.
- que vergonha ! - falei cobrindo o rosto e sentando na poltrona. Rafael riu
- Você é estranha, na moral. Ao mesmo tempo que é cheia de personalidade, é extremamente tímida. - disse sentando na cama - o que tem de errado dormir com seu namorado? - olhei pra ele com os olhos arregalados - que foi? Não foi isso que você falou para eles? - lembrei, suspirei e ignorei. Ele riu. Ou Rafael ta muito nervoso ou está relaxado, muito bom humor matinal pra quem está prestes a entrar em uma sala de operação. Não quis quebrar esse clima.
- vou no banheiro - falei pegando minha bolsa. Fui ao banheiro, fiz minhas higienes e voltei. Rafael estava mexendo no celular sentado na cama com as pernas para fora.
- Gustavo está vindo pra cá - falou
- pq?
- pra você ir descansar. Ajeitar suas coisas. Amanhã você tem aula normal.
- eu sei o que preciso fazer tá?! Você não é meu pai, não precisa decidir por mim - pisquei - fala que não precisa... A não ser que ele e você queira, mas vou logo avisando que nao vou a lugar algum - falei dobrando o casaco dele e guardando na mochila
- Eduarda... Não precisa fazer isso. Aliás, pq está fazendo isso?
- Defina "isso". - olhei para ele rapidamente - Pq até onde eu sei, estou apenas acompanhando um colega que está acidentado
- mas pq...? - olhei para ele
- pq eu sou assim, Rafael! Eu não vou ficar tranquila enquanto não te ver saindo daquela sala, enquanto não ver que voce ta bem e que esse pé não está mais feio - ele sorriu timidamente
- essa última aí... acho que só na próxima encarnação - falou e eu RI com o nariz - então tá. Se você acha melhor assim...
- sim, é o melhor - voltei a guardar as coisas na mochila. Meu celular começa a tocar. Olhei no visor e era a Geórgia. - oi Geo
- onde você tá, gatona?
- hum... To no hospital, mas não aconteceu nada... Não comigo... - falei olhando pro Rafael que me olhava também
- como assim? Com quem foi? Eu conheço? Ta tudo bem?
- é... - Rafael pediu o meu celular. Caminhei até a cama e lhe entreguei - Fala Geórgia! - falou num tom divertido - sou eu mesmo - riu - machuquei o pé pô, vou ter que operar... Daqui a pouco por sinal - falou olhando pro pé - não, ta tranquilo, ta tranquilo. - pausou e riu - to vivo. Ela não me matou... - riu e olhou para mim, semicerrei os olhos, Cruzei os braços e balancei a cabeça negativamente - ainda. - riu mais uma vez - verdade - gargalhou - vou desligar, depois nos falamos. Beijao - pausou - amém, valeu. - desligou o celular e olhou a tela - ta gatinha nessa foto - falou se referindo a foto do meu descanso de tela - nem parece você
- vai pra merda - falei pegando meu celular da mão dele. Ele segurou a minha mão e me puxou pra mais perto, me fazendo ficar entre suas pernas, a centímetros de distância do seu rosto
- que isso assim? Que agressividade é essa? - falou num tom bem ameno, o que fez meu coração dar piruetas.
Olho para seu rosto e sinto o calor da sua mão transferir-se para a minha, aquecendo todo o meu braço, depois meu peito, e meu corpo.
fazemos isto.
As mãos dele sobem para o meu rosto, segurando minhas faces, e suas
palmas são tão grandes e quentes que sinto meus nervos faiscarem e
iluminarem todo o meu corpo. Rafael me segura da maneira mais terna e desarmada, como se tivesse o dever de me proteger, de cuidar de mim. Gostei dessa sensação.
Seus olhos, porém... Seus olhos estão qualquer coisa menos ternos. Estão escuros e ansiosos, até mesmo preocupados, talvez pensando que isto é errado e não devíamos estar fazendo isto.
Ou talvez estejam preocupados... que descobriremos que devíamos.
E sob toda essa preocupação há desejo, lascívia e um milhão de outras
sensações fervilhantes, por que ansiei, de que precisei, que quis. Me pergunto se ele pode ver o medo nos meus olhos, o medo de me apaixonar e assim perder o foco na minha faculdade, o medo de me apaixonar pelo meu colega de apê, o medo de me apaixonar por um cara que pode ter quem ele quiser, se pode ver a verdade. Ele se aproxima mais, os seus olhos desviam-se dos meus e descem até
a minha boca, para onde seus lábios se dirigem.
Não sei o que fazer com as mãos. Não sei o que fazer! Então, fico ali parada,
fecho os olhos, e espero até sentir os lábios de Rafael nos meus. Eles me
pressionam por inteiro. São macios, muito macios, como uma almofada em que eu estivesse me afundando, como se não tivessem fim. Os lábios de Rafael imploram, imploram definitivamente por mais, mais beijos, mais dele. E então sua boca se abre e o estou beijando de volta, beijando seu gosto, que é muito mais do que apenas cerveja. É aromático, selvagem como seu cheiro, e é viciante!
Nossas bocas se encaixam com perfeição, nossos lábios se procuram no mesmo ritmo, uma carícia macia, úmida, sensual de pele contra pele.
Faz com que eu queira mais.
Muito mais.
Agora sei o que fazer com as mãos, ou talvez minhas mãos saibam o que fazer
com Rafael. Acho que sempre souberam. Vou para sua cintura e eu posso sentir um pouco da rigidez do seu abdômen. Sei que isso não deveria fazer parte do beijo, mas não consigo evitar.
Quero que fique mais perto de mim, quero mais dele.
Recebo mais.
Sua língua entra na minha boca, deslizando lenta ao longo da
minha, e então nossas bocas estão mais abertas, nossos lábios mais firmes, nossobeijo mais voraz, mais molhado, mais enérgico.
Quero continuar beijando-o, sentindo-o, sentindo isto que agita minhas
entranhas, que faz com que minhas coxas se pressionem uma contra a outra, comque eu queira morder seu lábio inferior, puxar seu cabelo, sentir seu corpo firme erígido sob meus dedos.
- opa, desculpa atrapalhar, mas ja atrapalhando... - entrou um médico acompanhado de duas enfermeiras (que nos olhavam de uma forma assustada) no quarto.
No primeiro momento, fiquei furiosa! Quebrou o nosso beijo de tirar o fôlego.
Em seguida fico horrorizada com o que eles poderiam teve visto.
Me afastei rapidamente e ajeitei o cabelo. Estava desnorteada.
- viemos levar nosso atleta para os exames pré operatórios
- tudo bem... - falei sem olhar pro Rafael.
As enfermeiras se movimentavam pelo quarto enquanto o médico pegava a prancheta. Peguei a minha bolsa e a mochila do Rafael.
- aguardo lá na sala de espera mesmo? - perguntei ao médico
- pode ser. Tem uma próxima à sala em que ele estará... É menos movimentada, caso prefira - disse caminhando até o outro lado do quarto
- prefiro - falei e sispirei. Olhei pro Rafael e o mesmo me encarava. Eu não sei o que falar, talvez um "boa sorte"? - bom... - falei e ele sorriu.
- vem cá - disse. Caminhei até ele com minha bolsa e sua mochila - fica bem, tá?
- era pra eu estar te falando isso - falei
- vale pra nós dois. Mais pra você do que pra mim, confesso. - sorriu. Segurei seu rosto e lhe dei um beijo amistoso entre seus olhos
- te espero la fora, ta?! - passei o dedo indicador na ponta do seu nariz. Ele segurou e o beijou.
- não vejo a hora.
(...)
- Verdade! - disse Gustavo olhando para a tela do celular.
Estávamos sentados na sala de espera. Apenas eu, ele e um casal.
Ja se passavam 2 horas desde que Rafael entrou na sala de operação. Eu estava uma pilha de nervos. Tanto pela operacao quanto pelo Beijo (uma porcentagem a mais pelo segundo motivo) e o Gustavo tentava me distrair.
- o quê? - perguntei olhando para tela do celular dele. Avistei uma foto de um cérebro na forma de animação e a seguinte frase "valorize suas curvas". - assino em baixo
- beleza não é tudo, na verdade, não é nada!
- uhum - falei sem emoção - acho que vou pegar um pouco de café. Quer?
- quero. Quer que eu vá contigo?
- não, ta de Boa - levantei e fui até o corredor onde tinha uma cafeteira. Aproveitei que estava sozinha no corredor e liguei pro Daniel. Precisava colocar minha cabeça em ordem e ninguém melhor do que ele para me ajudar nisso. Contei a ele tudo o que estava acontecendo inclusive aquilo que me atormentava: o beijo.
Mas não foi apenas um beijo, foi O BEIJO!
- DUDA DO CÉU! - disse Daniel - tu agarrou o boy mesmo! - riu
- eiiiii, eu não agarrei ninguém! - protestei - to com medo..
- ainda não entendi o motivo de tanto receio, Eduarda. Você é solteira, ele também... Moram no mesmo apê... Isso deveria ser uma desvantagem mas pelo fato de parecer um casamento precoce, mas tudo tem seu lado bom
- Eu vim pra cá pra estudar, não pra viver uma história de amor
- isso não quer dizer que você não possa conhecer alguém, gostar desse alguém...
- não, eu não posso fazer isso! Não posso me apaixonar por ele. Não por ELE!
- sinto lhe informar que você ja está, minha querida.
(...)
- fala aí seu arrombado - disse Nathan ao entrar la em casa.
Rafael estava no sofá juntamente com o Gustavo assistindo TV. Abri a porta e sentei à mesa na qual estava fazendo uma aticidade de algebra linear.
Era segunda-feira e ja passavam das 18h. Rafael, Gustavo e eu chegamos do hospital pela tarde e os Outros meninos ficaram de vir pra cá.
- fala depravado - disse Rafael dando um toque na sua mão
- e aí, irmão. Como ta aí? - falou apontando com a cabeça para o pé do Rafa.
- pinicando pra cacete. - respondeu Rafael - mas ta menos dolorido
- será que vai estar bom pro campeonato das universidades?
- tava falando isso aqui com o Gustavo, vou ver se contrato um fisioterapeuta particular... Quero chegar lá 100%
- não podemos perder nosso melhor jogador não, mano - falou Gustavo
Meu celular tocou o despertador. Remédio para Rafael. Levantei e peguei em cima da geladeira um comprimido e um copo de água. Entreguei pra ele.
- eita! Com uma enfermeira dessa, você fica bom rapidinho, parça - falou Nathan dando dois tapinhas nas costas do Rafael. - oh Duda, onde tu vai passar o carnaval?
- aqui, provavelmente - falei anotando umas formulas no caderno. - pq?
- vamos pra Salvador? - falou e olhei pra ele
- oi?
- pirou de vez - disse Gustavo
- é, pô! Meu sonho brother! - o interfone tocou
- atende aí, Nathan - falei e ele foi atender
- quem é? - disse Nathan - abriu ? - ele desligou - é o Felipe, ta subindo
- queria mesmo falar com ele - disse Rafael. Não demorou muito a campainha toca e o Nathan vai abrir
- vou começar a cobrar hein - disse ao abrir a porta - olha só quem ta aqui - virei-me para ver quem estava além do Felipe e dei de cara com ninguém mais e ninguém menos que a Beth. Ou melhor, Elizabeth.
Quase fiquei sem ar e o Rafael sem cor.
Ela usava um vestido florido tomara que caia na metade da coxa. Sabe aquelas modelos ruivas? Então, essa é a melhor definição para a aparência da Elizabeth.
- tive que vir ver como está esse garotinho né - falou caminhando ate o Rafael e depositando um beijo na sua bochecha. Meu estômago ativou o modo 360°.
- Duda! - disse Felipe caminhando na minha direção e me dando um abraço ainda sentada - como você ta? Nunca mais te vi gatona
- to bem - respondi ficando meio que de costas para o restante do pessoal - você que sumiu, garoto! - ele se sentou à mesa comigo, ficando de lado pro pessoal
- estudando?
- to. Pegando o assunto de hoje
- passei na sua sala hoje. Fui falar com um brother meu, perguntei por voce e ele falou que não tinha ido
- quem foi?
- Ricardo
- hummm, conheço
- não vai me apresentar sua amiga não, Fê? - falou Beth. Virei para ela que estava sentada ao lado do Rafael no sofá
- Oi - falei levantando a mão em um aceno simpática - Eduarda
- Também conhecida com enfermeira Duda.
Rafael e Gustavo estavam um tanto tensos. Era notório.
- Prazer, Eduarda - fez o mesmo - Elizabeth, mas pode chamar de Beth
- obrigada por cuidar do nosso Rafa - falou olhando pra ele melosamente. Fiquei enjoada - Parabéns pela sua apresentação! Agora que estou te reconhecendo... ta diferente ..
- não foi nada Cuidar do Rafa de vocês - dei de ombros - depois cada um me paga um milkshake e ta tudo resolvido - pisquei - e obrigada.
- te dou tudo o que você quiser, gata. Mas me leva pra Salvador no carnaval, por favor. Te dou a lua, te levo até pra lá - disse Nathan
- você é de Salvador, Eduarda? - perguntou Beth. Assenti - hum, que legal... - senti um certo desdém no seu tom de voz - ela se virou pelo Rafael e segurou uma das suas mãos - estava com saudades de você! Pq não me ligou pra falar que havia se machucado? Pq nunca mais falou comigo? - falou num tom mais abaixo, deixando claro que queria apenas falar com ele. - senti sua falta!
Eu queria sair dali o mais rápido possível! Cada vez que ela acarinhava o Rafael meu estômago revirava, minha cabeça revirava. Eu não podia fazer nada, até pq ele não é nada meu, NADA! - fiquei repetindo isso pra mim milhares de vezes - Eu estava super inconfortável. Gustavo e Rafael também.
Nathan e Felipe não desconfiavam de nada e começaram a falar de banda de axé.
Queria uma desculpa para sair daquela sala.
Evitei ao maximo olhar pro casal no sofá mas não dava. Passei o olho e vi Beth recostada no ombro do Rafael com as maos no braço dele. Eles conversavam algo que não dava pra ouvir devido o barulho da conversa dos meninos (inclusive do Felipe que estava ao meu lado na mesa). Não deu tempo de desviar o olhar da Beth no ombro do Rafael pois ele me pegou no flagra.
Foi so olhar aquela situacao que a sala se tornou pequena e abafada... como se não circulasse oxigênio nela.
Não ia conseguir ficar ali. Peguei minhas coisas e levantei
- ja vai? - perguntou Felipe
- vou estudar la dentro, Vocês falando de axé só me traz saudades - brinquei
- não Duda, fica, a gente muda de assunto! - disse Nathan - você saindo, tira a beleza dessa sala
- verdade - concordou Felipe. Nem quis olhar pra cara da Beth mas senti seus olhos passeando pelo meu corpo.
- to brincando! Podem conversar a vontade. Mas vou me recolher, to com dor de cabeça. Esses cálculos acabam comigo - Boa desculpa, Eduarda!
- nem me fale - disse Nathan - ta perdoada.
- boa noite! Prazer em conhecê-la, Beth - falei
- todo meu, Eduarda!
Fui para o quarto, tranquei a porta e me joguei na cama.
Isso não ta certo, Eduarda, Não esta certo!
Vai te atrapalhar muito!
Melhor parar enquanto é tempo.
Pensamento a interrompidos por batidas na porta.
- quem é?
- eu, Gustavo
Abri a porta e ele entrou trancando -a logo em seguida
- ta bem? - penguntou de pé
- pq a pergunta? - me joguei na cama novamente - senta ai
- não nasci ontem, Duda - disse se sentando - se isso ajuda, eles dois não tem mais nada!
- do que você ta falando? - fingi
- ahhh, não vem com essa de desentendida pra cima de mim não pq eu ja notei qual a de vocês
- Gustavo...
- Eduarda! Vocês se olham tao intensamente ! Eu vi no carro na volta pra casa. vi como ele te olhou quando entrou na sala depois da cirurgia... Conheço o amigo que tenho. Ele nunca olhou assim pra mulher nenhuma desde quando o conheci. Nem pra Beth! Eles dois não tem mais nada, nunca chegou a ter, como eu ja te falei
- não é o que parece...
- sério. Ele tava ha um tempo sem falar com ela. Cortou mesmo a relação. Foi quase um namoro, mas nem assim eu vi o Rafa olhar pra ela da forma como ele te olha, nem fazer cara de toba quando fala de você
- nossa, que carinhoso
- o que quero dizer é que ele ta todo sem jeito la na sala. Tentando afastar ela. Tentei ajudar mas ela ainda acha que tem um pouco de esperança. Ela é muito genrte boa como amiga, não é dela que ele gosta
- nem de mim - falei por fim
- então não sei o que é gostar. Ele tava com ciumes de mim. Veio me.fazer perguntas sobre minha relação com você. Logo eu, que só tenho Amizade contigo pra pegar a Geórgia
- GUSTAVO! - falei e dei um soco no seu braço - que cara de pau
- aí, mo gostosinha sua amiga hein
- vocês são uns FDP - falei me deitando novamente - nenhum presta
- to de zoa, mas ele veio me perguntar. Senti logo a maldade. Ele negou, claro. Mas depois comecei a observar e minhas suspeitas estavam sendo comprovadas
- o que você me Dizendo essas coisas? Ele quem mandou?
- não, ele nem sabe que to te falando. Vamos la pra sala. Ajuda meu amigo a sair dessa situação?
- eu não tenho nada a ver com isso - falei dando de ombros - me tire de problema, querido. Ele tem que ser homem pra falar pra ela que não quer nada, ue
- então vamos pelo menos ficar la com a gente. Você nem tem aula amanha
- como sabe?
- Geórgia...
- se você machucar minha amiga, você morre
- ai q medo! - levantou as maos - ela sabe muito bem quais são as minhas intenções com ela, e não sao das boas - falou sapeca
- ai Meu Pai do céu...
- vamo vai
- naaaao, amanha tenho que ir na casa do João ajudar ele com um trabalho.
- para de dar desculpas e vamos - falou levantando e me puxando em seguida. Saímos do quarto e eu fui até a geladeira beber um pouco de água
-minha vida começou a dar errado quando eu percebi que não cabia mais dentro daqueles carrinhos de supermercados para criancas - disse Felipe e demos risada
- Gustavo te curou da dor de cabeça, Duda? - disse Nathan, malicioso
- respeita a mina, Nathan - disse Rafael. A Beth não estava mais no seu ombro, porém, ainda sentada ao seu lado. Um pouco mais afastada. Senti uma sensação boa
- UE, só brinquei... - falou Nathan
- você tem umas brincadeiras que... Vou te contar vi. - disse Gustavo
- concordo - falou Felipe - Duda é irmã, po
- eita, Eduarda veio trazer discórdia na trupe? - disse Beth - cheia de advogados
- muito pelo contrário - disse Nathan - nunca vi a gente tao unidos. Todo mundo ama a Duda!
- menos né amore - falei sentando na cadeira
- Vem amor, senta aqui do meu lado. Vou te Fazer cafuné pra melhorar a dor de cabeça - disse Gustavo batendo no espaço entre ele e Rafael no sofá.
- ta me traindo, Gu? - disse Felipe - o que é que a baiana tem? - rimos. Sim, rimos, Beth deu uma risadinha sem som e sem graça.
Sentei entre eles dois. Gustavo se deitou e apoiou a cabeça no meu colo me empurrando para perto do Rafael. Ficamos a alguns centímetros de distância.
- era pra ser o contrario, não? - falei
- primeiro eu, depois você
- ah tá. Põe um filme aí Nathan. - falei cutucando ele q estava no carpete com o pé
- voces tem que assistir isso aí oh, jornal, saber do que se passa na cidade, no Brasil. - falou pegando o controle remoto. Escolhemos o filme Operacoes Especiais e o Nathan apagou a luz e colocou sua cabeça encostada na minha perna, ja que ele estava sentado no chão.
- virei encosto agora? É o Gustavo, agora você... - falei
- que perna cheirosa, Du - disse Nathan
- mano, você é muito tarado - falei dando um empurraozinho nele
- to falando sério
- shiiiiii, silencio, quero assistir o filme - disse Elizabeth
Assim fizemos. A perna do Rafael encostava na minha, o que fazia meu corpo dar uma leve arrepiada.
A do pé machucado estava sobre uma cadeira.
- qual o próximo horário do remédio? - perguntou Rafael num sussurro ao meu ouvido. Estremeci com sua voz e seu hálito quente na minha orelha. Ele fez de propósito.
- se não me engano, 23h - falei no mesmo tom e no seu ouvido - o meu celular vai despertar e você sabe disso. - ele riu e deu um cheirinho na lateral do meu rosto. Elizabeth se mexeu no sofá e Rafael fingiu não ligar. Passou o braço por trás do meu pescoço e voltou a sua atenção no filme.
- essa Cléo Pires... Cacete - disse Gustavo
- orran, gostosa pra carai - disse Nathan
- uma beleza diferente né?! - falei
- prefiro você - Rafael sussurrou no meu ouvido
- para! - falei
- ue... - disse ele
- onde é o banheiro? - falou Beth
- na porta do meio - respondeu Rafael. Ela se levantou e caminhou até o banheiro.
- to com sono - disse Rafael colocando o queixo no meu ombro
- quer ajuda pra ir pra cama?
- quero que você vá comigo - sussurrou
- chama a Beth - falei. - ela com certeza vai aceitar - fixei meu olhar na tv
Ele ficou em silêncio
- não tenho nada com ela
- nem comigo - falei ainda olhando pra TV e fazendo cafuné no Gustavo
- Eduarda... - foi interrompido pela chegada da Beth à sala
- acho que já vou - disse ela com cara de desânimo
- mas já? - falou Felipe - deixa acabar o filme que te levo
- tenho aula amanhã
- eu também - disse Nathan - espera aí, po
- não, podem ficar. Eu chamo um uber
- claro que não. Você veio comigo. - disse Felipe - volta comigo - se levantou
- que orgulho de você, Fe ! - falei
- sou ajuizado, filha. Então, vou nessa, galera - disse Felipe
- vou pegar sua carona - disse Nathan, levantando - a gente vai se falando brow - tocou na mao do Rafael
- ah, todo mundo ja vai, então vou também - disse Gustavo - se bem que esse cafuné tava uma maravilha
- não se acostume nao - falei levantando também - venha mais vezes Beth - falei simpaticamente. Pela expressão dela, percebi que entendeu como uma afronta. Que seja
- ah, sim. Claro! - respondeu dando de ombros
- vocês eu nem falo mais nada, ja moram aqui praticamente - me referi ao restante - tchau Rafa, melhoras - disse Beth dando um beijo na testa do Rafael.
- obrigado. Fica bem. - respondeu ele.
Abri a porta, esperei eles entrarem no elevador e depois Tranquei. Olhei pra ele com cara de tédio.
- que foi? - ele falou. Apenas soltei o ar pelo nariz e fui beber água - Eu não tenho mais nada com ela - continuou - na verdade, nunca tive nada sério...
- legal - falei pegando a caixa do seu remédio e retirando a bula
- Duda... - pqp, não me chama assim
- hum? - falei "lendo" a bula
- olha pra mim
- diga, to ouvindo
- A corretora me mandou uma mensagem. O apê ja ta disponível. - olhei pra ele na mesma hora. Eu tinha esquecido disso. Que ele iria embora.
- e o que você falou pra ela?
- como assim?
- você vai? - valei caminhando ate ele. Sentei na ponta do sofá, distante dele.
- vou, ue. Essa casa é sua...
- ela é mais sua do que minha, você ta aqui a mais tempo...
- mas você chegou primeiro. Isso não vem ao caso
- mas Rafael...
- você vai ter mais liberdade sem mim aqui
VOCE TA DOIDO?
Essa casa vai ficar tao vazia! Nem consigo imaginar isso daqui sem ele
- mas você ta machucado! Não pode ficar em uma casa sozinho.
- com o dinheiro da indenização deu pra eu comprar esse novo apartamento e sobrou bastante ainda. Posso pagar a alguém... Não quero ficar te sobrecarregando, atrapalhando seus estudos. Ja basta o tempo que ficou comigo no hospital
- Rafael, isso não tem cabimento! Eu posso... - pausei. Ia falar que podia cuidar dele, que queria cuidar dele! - eu posso te aturar por mais um tempinho. Pelo menos até você melhorar, por favor - ele riu com o nariz e esticou seu braço até tocar minha mão
- eu agradeço, de coração, Duda... - falou acarinhando minha mão - mas vai ser o melhor, acredite. E É bem pertinho daqui... Uns 20 minutos. - pausou - sabe Duda, eu sempre quis ser independente. Desde quando morava com meus pais. sempre corri atrás pra ter minhas próprias coisas. Éramos bem humildes, então pra não precisar ficar pedindo nada pra eles, eu trabalhava pra conseguir meu dinheiro e poupar eles. De forma honesta, claro. Vim estudar em outro estado por conta disso. Nasci e cresci em Vitória, no Espírito Santo. Vindo pra cá, eu seria um trabalho a menos pra eles. Um peso a menos. Uma preocupação a menos. E agora, aqui, debilitado, sinto o mesmo com você. - eu ia protestar, mas ele fez sinal para que eu não falasse nada - você tem sua coisas pra fazer, cara. Não quero ficar te empatando. Uns colegas da faculdade querem vir me visitar... Vai ficar chato. Um entra e sai de homem, conheço os meus colegas... A maioria é do tipo do Nathan ou pior - eu RI e revirei os olhos - não vou me sentir bem.. Além do mais, não vou suportar ouvir os comentários deles sobre você, nem os olhares... - disse enciumado. tao sexy
- isso é ciúmes? - falei com as sobrancelhas arqueadas
- Não!
- aham. sei... - falei - eu entendo, Rafa. Só não concordo em você ir machucado. - falei sentando mais próximo dele
- ja falei que vou contratar uma pessoa pra me ajudar e um fisio.
- quando voce pretende ir?
- essa semana. A corretora fez um preço beeem barato pra compra do apartamento. Ele é todo mobiliado. Tem tudo mesmo. Sobrou bastante dinheiro ainda, da pra eu fazer tudo isso. Vou me recuperar rápido, além do mais... Estou sob os cuidados da melhor enfermeira particular do mundo - disse colocando a sua mao no meu rosto e me dando um selinho
- ah é?
- uhum - outro selinho - da mais inteligente - beijinho no canto da boca - mais chata - beijinho na bochecha - mais cuidadosa - beijinho no outro canto da boca - mais cheirosa - cheirinho/beijinho no pescoço - e mais linda - selinho prolongado na boca. Em seguida, ele me beijou de verdade.
Diferente do nosso primeiro, esse foi bem suave, romântico, terno. Porém intenso e viciante da mesma forma.
(...)
Nathandias Irmão @rafaelnunes
Bethlago: lindoes
Giuliacosta: amo muito
Felipemaciel: gostosos
Paolasantig: crushs eternos
Gustavolira: to pegando
Gustavolira: não disse qual
Nandopassos: melhoras mlk @rafaelnunes
Anandafelippo: que tiro
Roggger: fechamentos! @rafaelnunes trata de ficar bom pro campeonato hein
(...)

Continua por favor, muito boa!
ResponderExcluirPosta uma foto da Duda, por favor
ResponderExcluirOie!! Resolvi não padronizar a personagem, então, fica a critério da imaginação dos leitores (:
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