Olhei no Relógio, ia da 7h. coloquei o celular no silencioso e fui dormir. E como dormi. Acordei eram 18h.
Nossa!
Hibernei.
Hibernei.
Olhei o celular e tinha inumeras mensagens e ligações de diversas pessoas, uma delas era minha mae. Liguei pra ela, conversamos um pouco e desligamos. Respondi todas as mensagens nos WhatsApp, dei uma olhadinha no instagram e depois levantei. Fui ver o que tinha pra comer pois estava morrendo de fome.
Quando abri a porta do quarto, notei que a do Rafael estava aberta e a janela fechada. Fui na cozinha e olhei pra sala. Lá estava ele, assistindo novamente.
- bom dia - falou irônico e eu respondi um "boa noite" sem muita emoção. Bebi agua e olhei pra ele de canto de olho. Estava mexendo no celular e com uma bolsa de gelo diferente no pé.
- ainda não melhorou? - falei me aproximando dele. Notei que estava super inchado e ROXO. Muito roxo - cara, isso ta muito feio - falei aproximando do seu pé - você tem que ir no médico - olhei pra ele que deu de ombros
- não precisa, com gelo ele melhora
- você ta colocando gelo desde quando se machucou, melhorou? - falei não esperando resposta - vamos num hospital
- não... - o interrompi
- não foi uma pergunta, Rafael. Vou tomar um banho rápido. Separa seus documentos - ele me olhou - esteja pronto em 10 minutos.
- ainda não melhorou? - falei me aproximando dele. Notei que estava super inchado e ROXO. Muito roxo - cara, isso ta muito feio - falei aproximando do seu pé - você tem que ir no médico - olhei pra ele que deu de ombros
- não precisa, com gelo ele melhora
- você ta colocando gelo desde quando se machucou, melhorou? - falei não esperando resposta - vamos num hospital
- não... - o interrompi
- não foi uma pergunta, Rafael. Vou tomar um banho rápido. Separa seus documentos - ele me olhou - esteja pronto em 10 minutos.
Fui pro quarto, fiz minhas higienes, coloquei uma calca jeans e uma blusa de manga comprida ja que estava fazendo frio.
Peguei minha bolsa, coloquei meus documentos, barras de cereais. Calcei uma sapatilha e saí do quarto. O Rafael estava sentado na cama dele com cara de dor. Ele vestia um casaco e uma bermuda.
- o que foi? - falei me aproximando da porta - quer ajuda?
- sim - disse fechando os olhos - pega meus documentos ali na segunda gaveta do armário, por favor
- tá - caminhei até no armário e abri a segunda gaveta. Tinha uns Papéis, fotos e envelopes la dentro. Passei o olho pelas fotos e vi que tinha uma em que estava ele, uma mulher e um homem que supus ser seus pais, sentados em um sofá. A foto parecia ser bem antiga.
- pega esse classificador transparente, por favor. - falou. Eu peguei e entreguei a ele.
- ta tudo aí? - perguntei
- sim. - peguei e guardei na minha bolsa
- então OK. Vou chamar o uber. - falei pegando o celular. - consegue andar?
- sim. - impressão minha ou ele ta economizando nas palavras?
- vamos pra sala, entao - falei e aguardei ele levantar. Levantar ele levantou, agora andar... - espera, eu te ajudo. Se apóia em mim - passei seu braço pelo meu pescoço e fomos devagar até a sala. Ele não conseguia encostar o pé machucado no chão, cada vez que tocava, gemia de dor. Tive pena.
- sim - disse fechando os olhos - pega meus documentos ali na segunda gaveta do armário, por favor
- tá - caminhei até no armário e abri a segunda gaveta. Tinha uns Papéis, fotos e envelopes la dentro. Passei o olho pelas fotos e vi que tinha uma em que estava ele, uma mulher e um homem que supus ser seus pais, sentados em um sofá. A foto parecia ser bem antiga.
- pega esse classificador transparente, por favor. - falou. Eu peguei e entreguei a ele.
- ta tudo aí? - perguntei
- sim. - peguei e guardei na minha bolsa
- então OK. Vou chamar o uber. - falei pegando o celular. - consegue andar?
- sim. - impressão minha ou ele ta economizando nas palavras?
- vamos pra sala, entao - falei e aguardei ele levantar. Levantar ele levantou, agora andar... - espera, eu te ajudo. Se apóia em mim - passei seu braço pelo meu pescoço e fomos devagar até a sala. Ele não conseguia encostar o pé machucado no chão, cada vez que tocava, gemia de dor. Tive pena.
Aguardamos o uber chegar sentados no sofá.
- o que aconteceu? - perguntei
- futsal
- isso eu sei - bufei - mas como
se machucou? Sozinho ou uma falta dura?
- um cara do outro time entrou com tudo... Coisas de bola - deu de ombros
- ele estava com muita raiva, pq
.. - olhei no celular e o uber estava próximo. - vamos, ele ta chegando - chamei o elevador, ajudei ele e descemos.
- futsal
- isso eu sei - bufei - mas como
se machucou? Sozinho ou uma falta dura?
- um cara do outro time entrou com tudo... Coisas de bola - deu de ombros
- ele estava com muita raiva, pq
.. - olhei no celular e o uber estava próximo. - vamos, ele ta chegando - chamei o elevador, ajudei ele e descemos.
(...)
Chegamos no hospital particular em Uberlândia que aceita o plano de saúde dele.
- senta aqui que vou pedir informação. - falei ajudando ele a sentar na sala de espera. Caminhei até o balcão de recepção e conversei com a recepcionista.
- aguarda um momento que vou verificar com o médico ortopedista disponível. - disse a recepcionista pegando o telefone.
- OK. - respondi e olhei pro Rafael que mexia na cabeça de um menino que aparentava ter uns 5 anos e estava ao lado dele. Sorri. Ele me olhou e eu caí em mim. Fiz um sinal de "pera" e ele piscou.
Ao meu lado, chegou uma mulher gritando desesperadamente por um médico para atender um amigo que estava desacordado. O recepcionista que a atendeu tentou acalmá- la e pediu para que preenchesse a ficha do rapaz que estava com ela
- você é familiar, parente, namorada? - perguntou o recepcionista
- sou amiga. A familia dele não mora aqui. - respondeu ela
- desculpa senhora, mas a senhora não pode preencher a ficha.
- mas se eu não preencher, ele não recebe o atendimento?
- apenas os primeiros socorros... Mas precisa de algum responsável para ele se manter aqui caso não acorde.
Meu Deus, que Absurdo!
Falei comigo mesma.
- tem! - falou a recepcionista tirando minha atenção do caso ao lado - só vou pedir pra que você preencha a ficha dele.
- tudo bem.
- o que você é dele? Familiar, parente... - perguntou ela. Não pensei nem duas vezes e respondi.
- namorada! - disse. Ela me olhou assutada com minha pressa.
- OK. Documento de identificacao original com foto, por favor. - falou e eu entreguei minha carteira de identidade -
- ta com os documentos do paciente? - perguntou e eu assenti - preenche esses campo aqui, por favor - falou apontando onde era pra ser preenchido no papel
Falei comigo mesma.
- tem! - falou a recepcionista tirando minha atenção do caso ao lado - só vou pedir pra que você preencha a ficha dele.
- tudo bem.
- o que você é dele? Familiar, parente... - perguntou ela. Não pensei nem duas vezes e respondi.
- namorada! - disse. Ela me olhou assutada com minha pressa.
- OK. Documento de identificacao original com foto, por favor. - falou e eu entreguei minha carteira de identidade -
- ta com os documentos do paciente? - perguntou e eu assenti - preenche esses campo aqui, por favor - falou apontando onde era pra ser preenchido no papel
Peguei os documentos do Rafael e preenchi.
- sabe me dizer se vai demorar muito? - perguntei lhe entregando os papéis
- uns 10 minutos. Toma aqui a senha. - peguei, 409.
- OK. - olhei pro Rafael que agora estava com a cabeça encostada na parede por trás da cadeira em que estava sentado. Caminhei até ele.
- uns 10 minutos. Toma aqui a senha. - peguei, 409.
- OK. - olhei pro Rafael que agora estava com a cabeça encostada na parede por trás da cadeira em que estava sentado. Caminhei até ele.
- como você ta? - perguntei sentando na cadeira vazia ao seu lado.
- bem... - falou baixo
- ta doendo muito né ? - perguntei fazendo uma careta.
- muito - manteve o tom. Suspirei
- vai da tudo certo - dei uma apertadinha na sua perna. Ele sorriu sem mostrar os dentes. Nossa, deve ta doendo pra caramba. Dei uma olhada no seu pé novamente e continuava feio, inchado e roxo.
- o que eles falaram? - perguntou virando a cabeça para mim
- daqui a 10 minutos você será atendido por um médico ortopedista.
- obrigado
- bem... - falou baixo
- ta doendo muito né ? - perguntei fazendo uma careta.
- muito - manteve o tom. Suspirei
- vai da tudo certo - dei uma apertadinha na sua perna. Ele sorriu sem mostrar os dentes. Nossa, deve ta doendo pra caramba. Dei uma olhada no seu pé novamente e continuava feio, inchado e roxo.
- o que eles falaram? - perguntou virando a cabeça para mim
- daqui a 10 minutos você será atendido por um médico ortopedista.
- obrigado
(...)
Rafael Oliveira Carvalho
Senha: 409
Sala: 10
Senha: 409
Sala: 10
Aparece no telão.
- é você, vamos - levantei e o ajudei a levantar. Caminhamos devagar até chegar ao consultório 10, Dr. Patrick. Chegando lá o médico ja estava na porta a nossa espera.
- oi oi - falou - parece que alguém aqui se machucou... - deita aqui - me ajudou a colocar o Rafael na maca - pode ir contando o que aconteceu..
Rafael foi falando como se machucou a medida em que o Dr. Patrick ia examinando ele. A cada toque no pé, o Rafael gritava, gemia e meu coração apertava.
Se tem uma área profissional que eu não me encaixo é a de saúde. Não consigo estourar espinhas dos outros com medo de doer, piorou o resto.
- aqui dói? - perguntou o Dr Patrick colocando a mão no Tornozelo do Rafael. Ele gemeu. - Acho que isso já respondeu.
Dr Patrick caminhou até sua mesa e anotou em uns papeis.
- e aí, doutor... - falei tirando as unhas que tanto roía da boca
- vou pedir uma radiografia.
- mas já pode nos adiantar alguma coisa? Foi muito grave?
- preciso ver como está o estado do osso, e isso só será possível depois da radiografia, infelizmente, terão que aguardar um pouco mais - falou e eu suspirei
- ele ta com muita dor... - falei calmamente
- eu sei.. Por isso vou colocar como urgente e acompanhar vocês até a ala onde tem o consultório de radiografia
- não tem como conseguir uma cadeira de rodas pra ele? Ele não ta conseguindo nem ficar em pé - falei e o Dr Patrick deu uma risadinha.
- eu sei.. Por isso vou colocar como urgente e acompanhar vocês até a ala onde tem o consultório de radiografia
- não tem como conseguir uma cadeira de rodas pra ele? Ele não ta conseguindo nem ficar em pé - falei e o Dr Patrick deu uma risadinha.
- acertou na namorada hein meu jovem? - disse pro Rafael num tom brincalhão.
Rafael me olhou ainda com uma careta de dor e sem entender. Apenas assenti disfarçadamente - pode deixar que darei um jeito - se levantou - aguardem aqui.
Rafael sentou na maca e assim que viu o dr Patrick sumir de nossas vistas falou
- que historia é essa?
- precisei falar isso para poder preencher sua ficha - falei olhando pro pé dele. Roxo e feio.
- para de olhar!
- ta feio!
- eu sei!
- chama a atenção! pelo menos a minha
- to preocupado - falou. "Eu também", pensei
- com o quê? - mas que pergunta, Eduarda
- de ter sido grave de mais, de precisar operar...
- calma, vai da tudo certo. - falei me aproximando dele - Que cara FDP esse que te machucou hein?! Pqp - falei olhando pro seu pé e pela primeira vez na noite, ele sorriu largo mesmo em meio a dor.
Seus olhos castanhos quase verdes brilhavam enquanto sorria. Isso me faz sentir estranha e leve, como se eu fosse feita de penas e pudesse sair flutuando a qualquer momento.
- precisei falar isso para poder preencher sua ficha - falei olhando pro pé dele. Roxo e feio.
- para de olhar!
- ta feio!
- eu sei!
- chama a atenção! pelo menos a minha
- to preocupado - falou. "Eu também", pensei
- com o quê? - mas que pergunta, Eduarda
- de ter sido grave de mais, de precisar operar...
- calma, vai da tudo certo. - falei me aproximando dele - Que cara FDP esse que te machucou hein?! Pqp - falei olhando pro seu pé e pela primeira vez na noite, ele sorriu largo mesmo em meio a dor.
Seus olhos castanhos quase verdes brilhavam enquanto sorria. Isso me faz sentir estranha e leve, como se eu fosse feita de penas e pudesse sair flutuando a qualquer momento.
- to até com medo de dizer quem foi, daqui a pouco você vai lá espancar o cara
- quem foi? Eu conheço?
- não, quer dizer, acho que não...
- quem foi?
- quando sair daqui eu falo
- af, só pq sou curiosa
- se controle, gatinha - falou e apertou meu nariz. Eu fiz cara de tédio pra ele, mas sorrindo bobo por dentro.
- quem foi? Eu conheço?
- não, quer dizer, acho que não...
- quem foi?
- quando sair daqui eu falo
- af, só pq sou curiosa
- se controle, gatinha - falou e apertou meu nariz. Eu fiz cara de tédio pra ele, mas sorrindo bobo por dentro.
Besta.
(...)
Tiramos o raio X do pé do Rafael e sim, foi muito grave e vai precisar de operação. Nem preciso falar o quanto ele ta nervoso né?
Já são 23h e a cirurgia está marcada pra amanhã logo cedo. 6h.
Foi pedido para que eu fosse em casa buscar roupas e produtos de higiene pessoal para ele e depois retornasse ao hospital para passar a noite com ele. E assim eu fiz.
Já são 23h e a cirurgia está marcada pra amanhã logo cedo. 6h.
Foi pedido para que eu fosse em casa buscar roupas e produtos de higiene pessoal para ele e depois retornasse ao hospital para passar a noite com ele. E assim eu fiz.
Avisei ao Gustavo e pedi pra que ele não contasse pra mais ninguém, a pedido do Rafael e eu concordei plenamente. Assim ele fez.
Cheguei no hospital 00h e o Rafael ja tinha tomado banho, cafe e ja estava com a roupa do hospital
- oie - falei entrando no quarto
- oi - sorriu de canto e sentou na cama.
- como está se sentindo? - falei me aproximando dele.
- a dor passou mais, por conta dos medicamentos.. - disse olhando pro pé - mas continua inchado
- ah, que bom! Olha, trouxe essa roupa pra você... Não sabia direito qual pegar, daí vi essa logo na frente do guarda-roupa e arrastei pra cá. Hum... Cuecas, escova de dente, pasta de dente, desodorante e perfume - falei tirando da mochila e guardando novamente. Coloquei a mochila no canto. Ele apenas me olhava com as sobrancelhas arqueadas - que foi?
- nem parece que queria me matar mais cedo - falou. Pqp, pra quê voce foi me lembrar disso?
- oi - sorriu de canto e sentou na cama.
- como está se sentindo? - falei me aproximando dele.
- a dor passou mais, por conta dos medicamentos.. - disse olhando pro pé - mas continua inchado
- ah, que bom! Olha, trouxe essa roupa pra você... Não sabia direito qual pegar, daí vi essa logo na frente do guarda-roupa e arrastei pra cá. Hum... Cuecas, escova de dente, pasta de dente, desodorante e perfume - falei tirando da mochila e guardando novamente. Coloquei a mochila no canto. Ele apenas me olhava com as sobrancelhas arqueadas - que foi?
- nem parece que queria me matar mais cedo - falou. Pqp, pra quê voce foi me lembrar disso?
A situação dele estava tao crítica que eu não consegui sentir a mesma raiva que senti quando o vi junto com a vaca da Adriana. Fiquei calada e peguei o controle da TV. Liguei e sentei na poltrona que tinha próximo a cama dele. Ele só me observava.
- Duda... Eu não fiz nada. É sério! - falou calmamente
- já falei que não precisa falar mais nada sobre isso. - respondi sem olhar pra ele.
Estava passando o programa do Fábio Porchat.
Uma enfermeira entrou.
- Boa noite - falou e respondemos - como está se sentindo? - perguntou pro Rafael
- a dor melhorou - respondeu ele - mas to me sentindo enjoado
- é normal, por conta do remedio... vim aplicar sua ultima dose - falou pegando uma seringa. Ele continuou sentado. Ela aplicou o remédio em menos de 5 segundos e eu fiz questão de não olhar. Tenho pavor a agulhas. Rafael pareceu não se importar - prontinho. Que Deus abençoe sua cirurgia.
- pode falar um pouco dela? - perguntou
- ah, é simples e rápida. E você será operado pelo melhor cirurgião ortopédico de todo o hospital... Pode ficar tranquilo. O mais chatinho é a recuperação pq aí ja depende do paciente. Tem que fazer os exercícios com freqüência, fisioterapia... Quanto mais empenho, mais rápida será a recuperação - respondeu e vi que nada daquilo deixou ele mais calmo. - agora você precisa descansar. Uma boa noite de sono é imprescindível! - falou dando um tapinha amistoso no seu ombro
- obrigado. - agradeceu e eu também. - ei, mais alguem volta aqui hoje?
- nao, eu fui a ultima. Como seu caso nao é muito agravante e voce precisa relaxar, nao tem necessidade de ficar vindo toda hora um.enfermeiro ver o seu estado. Voce ja ta muito bem acompanhado - falou olhando pra mim e sorrindo. Senti meu rosto arder de vergonha. Ela saiu logo em seguida
- voce não quer avisar a alguem da sua família? Ou prefere amanhã
- não - respondeu rapidamente. Olhei pro seu rosto. - prefiro hora nenhuma
- algum parente próximo... Só pra manter informado
- não tenho nenhum, deixa isso pra lá.
Falou sério e eu me calei.
Ele se deitou. Ficamos num silêncio insuportável por uns 15 minutos.
- obrigado poe tudo que você ta fazendo por mim - falou e eu olhei pra ele. Ele olhou em seguida pra mim
- que isso, não to fazendo nada...
- ta sim. Fazendo muito!
- disponha
Dei de ombros.
Comecei a sentir sono e frio. Muito frio. A camisa não estava dando conta do frio que saía acondicionado. Comecei a esfregar as maos uma na outra e colocá-las entre as pernas.
- frio? - perguntou Rafael. Assenti - vê se o controle não está aí por perto
Levantei e fui procurar pelo quarto. Como não era muito grande, não demorei muito pra me dar conta de que não estava lá. Ao lado da cama do Rafael tinha uma mesinha com garrafa e copo para beber água. Lá também tinha um.panfleto que indicava algumas normas do hospital. Nela continha a refrigeração. Era padrão por conta das bactérias.
- quer meu casaco? Ta ali na mochila - falou e eu aceitei. Estava congelando. Peguei e joguei por cima de mim Na forma contrária a padrão. Na mesma hora o perfume maravilhoso do Rafael exalou.
Coloquei meus braços na parte em que fica e me abracei.
- ai, melhorou. - falei e ele riu com o nariz - ta.com.sono?
- não...
- você tem que dormir, descansar, relaxar... Se não vai pra mesa de operação cheio de olheiras, que nem um panda.
- mais do que ja tenho? - riu - impossível
- ah... Mas sua olheiras não são feias
- hãn? Chama a enfermeira ali, acho que ela esqueceu de te dar um remédio - falou e eu RI revirando os olhos.
- besta. Digamos que ela é um charme. Não gosto quando você passa corretivo
- você repara ? Bom saber!
- claro, fica com cara de gay - falei e segurei o riso
- só f*de hein- falou e eu gargalhei - e aquilo não é maquiagem. É um creme pra clarear. Nem gosto de usar aquela merda, é gordurosa.
- e pq usa entao?
- tava tendo resultado, mas tem que usar frequentemente. Não sou muito disciplinado pra isso.
- hum, sei. Olha, esse filme é bom - falei olhando pra TV. Estava apresentando o filme "Hush, a morte ouve"
- ah, ja assisti. É top
- não curto muito filme assim. Me da mais medo do que de terror. Mas gostei desse pq não assisti sozinha
- ele é Agonizante
- éee, nossa. Fica parecendo que você também não escuta. É uma sensação estranha. Tipo aquele perigo em alto mar, terror, sei lá... Sei que é alguma coisa em alto mar
- o que esquecem de acionar a escada da lancha?
- siiiimm. esse mesmo!
- pânico em alto mar
- tive pesadelos com aquele filme, nossa - ele riu - prefiro minhas séries
- deve ter um péssimo gosto - riu
- ah pára, você assiste game Of thrones e ainda vem falar que tenho péssimo gosto pra séries?
- o quê? - falou se sentando - você é louca. Retire agora o que disse! - fiz cara de desdém - GOT é top! Melhor série. Reveja seus conceitos - deitou novamente
- horrível! Só faltou me dizer que também assiste The W...
- Walking Dead. Claro. - revirei os olhos - ah Eduarda, então você não passa de rostinho bonito
- como se atreve?! -dei um tapa no seu braço
- aiiii meu pé
- desculpa!!!! - pausei - pera, bati no seu braço - ele gargalhou
- que idiota!!! Me senti culpada - falei cruzando os braços
- é muito boba... - se recompôs
- vai pra merda
- ui, ficou Bravinha ela. Ta bom, parei
- acho bom! Vai assistir PLL, Once Upon a Time, La casa de papel, prison break
- prison break é F*da. Quer dizer, Michael Scofield é, meu ídolo
- por isso escolheu cívil né, hummm... Mas sim, eu comecei a assistir pq achava ele um gato. depois me apaixonei ainda mais. É gostoso de mais gente
- me poupe né
- nossa, aquele olhar, inteligente, aquele boquinha...
- ta Eduarda.
- ja sonhei varias vezes com ele, maravilhoso
- vou no banheiro e ja volto - levantou com menos dificuldade do que mais cedo e eu RI. Ele pegou a muleta e seguiu
- pára. Deita aí. - levantei também
- mas eu vou no banheiro
- quer ajuda?
- vai segurar pra mim? - falou maciosamente. Eu arregalei os olhos - brincadeira. - riu - precisava filmar sua cara - seguiu pro banheiro. Idiota. Falou que nem o pervertido do Nathan.
Peguei o celular e olhei o WhatsApp. Respondi umas mensagens do Gustavo e saí. Fui no instagram olhar a vida dos outros e o Rafael chegou que nem prestei atenção.
- oi? - falei
- hã? - falou ele
- falou comigo? - perguntei
- não, ta ficando doida - se deitou
- ta com sono?
- um pouco - ufa, pelo menos ja está mais relaxado - e você
- estou..
- então vou te deixar dormir
- esquenta não. Quanto menos eu dormir, melhor
- UE, pq?
- passo menos tempo nessa poltrona nada confortável. Pqp, é um hospital particular!
- mas a maioria dos pacientes vem de plano de saúde.
- mesmo assim, não deixa de ser particular. Pelo menos uma poltrona pra acompanhante digna né
- quer deitar aqui comigo?
- não né
- pq?
- não pode, Rafael, ta doido?
- mas não vai chegar mais ninguém. Dá pra nós dois aqui, apertado mas dá
- possui magoar seu pé
- voce não tem mau dormir...
- como você sabe?
- ja dormi com você, esqueceu? - riu e eu fiquei sem jeito - vem, deita aqui.
- acho melhor não...
- não vou te agarrar Eduarda. Melhor do que você ir parar na mesa de operação também
- ai credo! Ta repreendido em nome do Senhor Jesus - falei levantando e ele riu
- vem boba. Tira meu casaco, eu te esquento - falou seduzente
- vai se ferrar - ri - chega pra lá - falei dando um empurrãozinho nele - ah, deixa eu pegar o controle pra desligar a TV.
Fui até onde eu estava, peguei o controle.
- ja pode desligar. Vou tentar dormir também - falou e eu desliguei e apagamos a luz. Deitei ao seu lado
- isso não vai dar certo. Não cabe nós dois.
- claro que cabe. Chega mais pra cá - cheguei mais próximo dele - encosta po, ta com medo
- claro que não né, to com medo de tocar seu pé
- meu pé ta aq do outro lado, ja falei pra ficar tranquila.
- taaa - me cobri - nossa, que quentinho. Eu ali congelando e você no bem bom.
- quer minha dor também?
- não, obrigada, só a parte boa ja está de bom tamanho - RI.
- ta. agora para de falar, tagarela
- eu hein, nem falo assim
- aham, não fala pouco - coloquei minha cabeça no seu braço - amanhacerei com o braço dormente, mais uma vez
- ai, cala a boca Rafael. Não durmo com travesseiro baixo
- ah, é por isso? Achei que gostava de sentir o cheiro do meu desodorante - ri
- mas é muito idiota, meu Pai do céu. - ele me abraçou apertado e passei o meu braço por cima do seu peito. Uma das sete maravilhas do mundo: inspirar seu perfume, com seu corpo a milímetros de distancia do meu.
- ainda ta com frio? - sussurrou
- não - falei no mesmo tom. Instintivamente, comecei a fazer carinho no seu rosto com minha mao que estava sobre o seu peito - Rafa?
- hum - respondeu
- me promete uma coisa?
- o quê? - levantei um pouquinho a cabeça para poder olhar pra ele.
- para de brigar comigo? - falei e ele riu
- para de me provocar então
- eu não te provoco. Você que me provoca
- é que você se irrita tao fácil... Mas não, não vou parar de te provocar. Todas as nossas brigas acaba com nós dois dormindo juntos
- mas primeiro foi na minha cama, agora num hospital, tenho medo da próxima. - ele riu
- e vai ter próxima é? Hummm - me deu uma apertadinha
- não, não vai ter próxima - falei rindo e mordendo ele logo em seguida. Senti que ele se arrepiou
- não faz isso Eduarda .. - sussurou e eu estremeci. Não consigo me controlae quando ele me chama pelo nome, piorou sussurrando com seu corpo colado ao meu
- boa noite!
- não mereço nem um beijinho? - levantei a cabeça e beijei seu pescoço
- pqp, para de me provocar garota.
- sua bochecha estava longe - falei inocentemente... Fingindo, é claro - vamos dormir né?!
- acho bom.
(...)



Oi!
ResponderExcluirGostei bastante da sua história, posta mais por favor!