terça-feira, 19 de junho de 2018

Capítulo 6



Eduarda on

Acordei no dia seguinte com o Rafael tentando sair da cama sem me acordar. Missão impossível pois estávamos tao grudados, parecendo que passaram cola super.
Ainda estava muito frio.
- desculpa! Não queria te acordar - falou baixo e desistindo de levantar
- ta tudo bem - falei ainda de olhos fechados e sorrindo sem mostrar os dentes - pra onde você vai?
- ia pro meu quarto. - disse - você não tem aula?
- só 9h, fica aqui mais um pouquinho- falei e o abracei colocando minha perna direita sobre ele. Ele demorou um pouco até retribuir o abraço
- huum... Voce ta tao quentinha - falou e me "apertou" . Não precisava olhar pra cara dele pra perceber que estava sorrindo bobo, assim como eu. Não sei o que aconteceu, mas parece que toda a imagem que eu tinha dele desapareceu junto com a tempestade. Também não sei o que estava sentindo, só sei que é muito bom
- obrigada por ficar aqui comigo - sussurrei. Ele não respondeu, apenas me apertou para mais perto de si.
Ficamos assim até meu celular despertar. Pqp, pq o tempo não para em momentos assim?
- acho q ta na hora de me arrumar - falei
- não. fica aqui, ta bom assim - falou e eu olhei pra ele. Estava com os olhinhos fechados e sorrindo.
- eu ate queria ficar o dia todo aqui, mas tenho aula de química tecnológica agora... A professora inventou um seminário em grupo. - revirei os olhos
- que mania você tem em revirar os olhos - falou e eu ri- pqp, odeio quando estou querendo te irritar e você faz isso ao invés de revidar
- ahhh é? Bom saber...
- vai usar contra mim?  - assenti - mas pretendo não brigar mais contigo... A não ser que toda vez que brigarmos, terminarmos assim, agarradinhos na cama - falou e eu dei um tapinha descontraído no seu peito - que foi? - falou rindo
- muito safado pro meu gosto - falei levantando passando por cima dele. Senti seus olhos me seguirem enquanto eu ia caminhando ate o guarda-roupa - perdeu alguma coisa aqui? - disse olhando pra ele
- nem vem bancar a valentona - disse levantando - você é um nenê - veio ao meu encontro e me deu um beijo na testa - vou deixar você se arrumar. Corvadia ficar te olhando de babydool
- haha, vai mesmo, não preciso mais de você - dei de ombros
- Previsão pra tempestade essa noite, passou na rádio
- Rafa amor... - rimos
- falsa - riu - leva a chave - falou e saiu do quarto fechando a porta. Me arrumei e fui pra aula.
Tentei me concentrar ao máximo na aula, mas a única coisa que conseguia entender de química era a minha com o Rafael.
Estava tao viajadona e sorrindo a toa que até a Geo percebeu
- da pra parar de fazer essa cara? A professora e a sala inteira ta percebendo - sussurrou pra mim
- oi? - virei pra ela
- depois quero saber o motivo dessa cara de boba - falou e voltou a prestar atenção na aula.
Nossa, será que ta tao na cara assim?
Melhore, Eduarda.
Foco.
Foco.
Foco.
Ahh, Rafael...
Suspirei.
Agora é sério, Eduarda. Foco total.
E foi assim durante  toda a aula.
Faltando 15 minutos para acabar a aula, percebo que a Adriana vai embora. Nem liguei, é bom q a sala fica mais silenciosa.
Recebo mensagem do João me chamando para ir com ele a um aniversário de um colega em.uma chácara próxima. Recusei, até pq meus planos era ficar em casa com o Rafael
...
Ele insistiu e disse para eu dar a resposta a ele mais tarde. Respondi um OK e voltei a focar na aula.
Faltando 5 minutos, reunimos o grupo q era composto por mim, André, Geórgia, Carol e Eric, fizemos uma reuniaozinha para ver quando e onde iriamos estudar e ensaiar para o seminário. Terminou a reunião eu fui correndo pra casa fugida da Georgia e claro, louca pra encontrar o Rafael.
(...)
Rafael on
Estava perto das 12h e resolvi fazer um almoço pra mim e pra Duda.
Duda, nossa... Nunca me imaginei chamando ela assim. Tinha repulsa por ela. A achava tao irritante, metida, mal educada, mimada... Me enganei totalmente.
Estava apenas de short esportivo quando ouço o interfone tocar.
Ue, Eduarda chegou mais cedo? Pensei
- quem é?
- Adriana, sou da turma da Eduarda
- ah, ela ainda não chegou
- eu  sei, mas vim falar com ela sobre o seminário de química, posso aguardar aí em cima? - realmente, a Eduarda comentou algo de tipo comigo, não vi problemas em deixar a Garota subir.
Só me arrependi quando abri a porta e vi quem era a tal Adriana. Pqp.
Essa garota deu em cima de mim desde a primeira vez que me viu no bar do Geraldo. Depois que virei monitor, só piorou.
Percebi que ela me secou com seu olhar, daí caiu a ficha de que estava sem camisa.
- entra, vou pôr uma camisa - falei dando passagem pra ela que fez questão de se esfregar em mim.
- não precisa, ta quente hoje, não é? - falou abrindo alguns botões da sua camisa mostrando parte dos seus seios e sutiã preto. Isso não vai prestar. - huum, cheirinho bom... posso dizer que a Eduarda tem um Rodrigo Hilbert em casa? - falou semi-cerrando os olhos e caindo na gargalhada logo em seguida. Rindo do meu desconforto, só pode - relaxa gato, eu não mordo - falou se aproximando - so se você pedir - fez uma voz que confesso, me arrepiou
- acho melhor você sentar e esperar a Eduarda... - falei me afastando
- só se você me ajudar a passar o tempo - passou sua unha pelo meu tórax - imagina tudo o que podemos fazer nesse sofá, hein...
- Adriana...
- shiu - colocou o dedo na minha boca - fica quietinho e pode deixar comigo
Pqp, ela ja ta perto demais e eu estou parecendo uma estátua, reage Rafael, reage...
Quando pensei em fazer algo, vejo a porta abrir e ... Tcharan... Eduarda! UFA!
Acho que eu não deveria ficar aliviado depois da cara que ela fez.
(...)
Eduarda on
Quando chego em casa dou de cara com a Adriana agarrada com o Rafael. Minha animação foi por água a baixo.
Suspirei para manter a tranquilidade aparente e Fechei a porta.
- vão pro quarto, pelo amor - falei revirando os olhos
- Duda, não é nada disso que você está pensando, a gente só tava...- falou Rafael E eu o interrompi
- me poupe dos detalhes - falei passando por eles
- só vim pedir uma ajudinha em cálculo 1 - disse Adriana com sua voz de biscate irritante. Rafael olhou pra ela confuso
- perai, você não falou que veio falar com a Eduarda sobre um seminário? - falou pra ela. Olhamos para Adriana aguardando a resposta dela. Estava mais do que na cara as intenções daquela vagabinha.
- como assim? - falei - nem somos da mesma equipe
- não? - falou Rafael - eu não to entendendo mais nada...  - colocou uma das maos na cabeça
- pede pra ela te explicar, pq eu ja entendendo tudo e estou indo procurar o que fazer.. - falei indo pro quarto
- Duda, espera - .disse Rafael - deixa eu explicar - segurou meu braço quando cheguei na porta do meu quarto saindo das vistas da Adriana
- me solta - falei puxando meu braço e fuzilando ele com o olhar e inspirando logo em seguida - olha, não precisa me explicar nada! - falei fingindo tranquilidade - nada, nada, nada. Não me deve explicações, até pq não temos nada, não somo nada. - falei erguendo as mãos - só tenta lembrar que eu to em casa e não faz mt barulho, vou estudar. Licença. - Fechei a porta.
Arggggggggg! Que ódio!
Que raiva dele, dela, de mim por se importar e acreditar que ele poderia ser diferente! Que droga!
Como foi se distrair assim, Eduarda?? Você está aqui pra estudar! Nada pode tirar seu foco. Lembra do esforço da sua família para que você pudesse chegar até onde você tá! Pelo amor.
Ouvi a porta da sala fechar e em seguida batidas na minha porta.
- Eduarda, abre, por favor... - disse Rafael
- estou ocupada - falei tirando a camisa
- não estávamos fazendo nada - talvez se eu chegasse minutos mais tarde, estariam encaixados no sofá , pensei, ela ja estava quase nua! Me poupe Rafael - eu nunca trouxe mulher nenhuma pra cá antes, piorou agora com você... Abre a porta, vamos conversar
Que piada!
Ele quer mesmo que eu acredite nisso? Mais uma vez, me poupe Rafael!
- ja disse que estou ocupada - falei tirando a sapatilha e em seguida a calça
Não houve mais batidas. Graças. Peguei o celular e respondi pro João que eu iria ao aniversário. Marcamos o horário em que ele iria me buscar e fim.
Fui tomar banho.
Vesti um short e uma camisa de manga comprida devido ao frio que estava sentindo.
Saí do quarto e fui almoçar opouco do estrogonofe que havia sobrado. Sentei na mesa e...
Eis que surge Rafael.
- pode conversar agora? - falou se aproximando
- ja falei q não temos nada pra conversar - disse sem olhar pra ele, apenas dando uma garfada na comida
- cara, aquela mina é louca - fiquei em silêncio - acredita em mim, por favor
- Rafael, na boa. Isso ta me cansando! Eu não tenho o pq acreditar ou desacreditar de você. Apenas divido o AP com você, não sou sua mae, sua dona, nada sua. Para com isso - falei mas pensando totalmente o contrário. Ele não falou mais nada
- não sei pq ainda me importo - falou rindo incrédulo - você ta certa. - não, eu não estou. Pensei
Ele não falou mais nada, entrou no quarto e fechou a porta. Fechei os olhos e suspirei profundamente.
Cinco minutos depois ele saí com a camisa na mao e uma mochila fina. Nao falou mais nada comigo.
- você vai sair? - perguntei. Ele parou na porta
- acho que não devo satisfações...
- só quero saber por conta da chave, ignorante - boa desculpa, Duda... Pq ele ta me tratando assim? Quem deveria estar brava com ele era eu, apenas
- se for sair, deixa embaixo do tapete - falou e saiu
Terminei de almoçar, lavei meu prato e fui estudar.
(...)
21h Rafael toca a campainha. Abro e ele entra meio que mancando com o par de chuteiras na mão. Me olha ja que estou toda arrumada pra festa
- ta tudo bem aí? - falei olha do pro seu pé. Estava avermelhado.
- machuquei no futsal, mas ta tranquilo - desviou o olhar de mim e foi direto pro quarto. Fiz o mesmo e tranquei a porta. Ouvi o barulho do chuveiro, deve estar tomando banho. Saí e comi um pão com um pouco de suco. Rafael saiu do banheiro apenas de toalha e foi direto pro quarto. Terminei de comer, lavei o que sujei e fui pro quarto terminar de me arrumar. Quando deu dez pras 22h o João me manda uma mensagem avisando que ja chegou la embaixo. Saio do quarto e o Rafael esta na sala com uma bolsa de gelo no pé.
Ele não fala nada, apenas me segue com o olhar.
- posso levar a chave? - pergunto, ele apenas assente. Abro a porta e saio fechando-a logo em seguida.



Desci e o João ja estava na frente do prédio me esperando dentro do carro. Quando me viu abaixou o vidro.
- Nossa, que isso hein... - falou e eu RI. Dei a volta e entrei no carro - sabia que ia mudar de ideia
- preciso sair! - falei - espairecer, ocupar a mente com coisa voa e desocupar com pessoas insignificantes - suspirei
- eita, o que houve?
- nada, mas e aí, essa chácara é muito longe?
- uns 30 minutos
- orran
- ah para, longe é da Bahia pra cá
- realmente - rimos
Chegamos na chácara, o João estacionou o carro na frente e entramos.
- Nem sonhe em me deixar sozinha hein - falei
- claro

Uns amigos dele assim que o viram, vieram nos cumprimentar e em seguida, nos levaram até uma mesa com uma mulher e dois rapazes. Ambos estudantes da UFU.
E mais uma vez, minha cidade e estado foram o centro das atenções.

- meta de vida: me formar, ficar rica e comprar uma casa na Bahia - disse a mulher. Carolina seu nome. É de uma cidade no interior do estado de Minas, mas ta morando em Uberlândia há 4 anos.
- muito lindo mesmo. - concordou um dos rapazes. Diego.

João viu que estava entretida converaando com o pessoal, levantou e saiu. Voltou em seguida com dois pratos de churrascos. Meus olhos brilharam. Sou megamente apaixonada.

O clima tava um friozinho gostoso e tocava um samba de leve. tinha cerca de 20 pessoas na chácara, grande parte, estudantes da UFU. A maioria veio me cumprimentar e desejar boas vindas à cidade. Agradeci simpaticamente.

Detalhe: não lembrei do Rafael. Quer dizer.. Só por um momento, quando a Carolina falou que começou a namorar o Fernando ( que também estava na mesa com a gente) depois que eles começaram a dividir o apartamento. Afastei ele da mente na mesma hora.

Ficamos comendo, bebendo, dançando... Sim, dancei, e dancei muitoooo quando colocaram Harmonia do Samba, Leo Santana e outros artistas baianos. Fizemos tipo um carnaval. Quando deu 5h da manhã o pessoal ja estavam beem cansados. Decidimos ir pra casa.

João deu uma carona pro Diego que é super legal e do estilo nerd. Amo isso.
Cheguei em casa pisando em ovos. Principalmente quando vi o Rafael dormindo no sofá da sala ainda com a bolsa de gelo no pé e a TV ligada, ele estava da mesma forma quando eu saí. a televisao estava na netflix com a série game Of thrones.

Olhei ele dormir serenamente. Nem parecia o galinha que estava se pegando com minha colega de turma piranha na sala de casa. Tava mais pro fofo que me acalmou durante a tempestade. Sorri de canto.

Ai Rafael, você é um porre!
Pensei. Suspirei. Deliguei a TV e fui pro quarto. Tomei um banho quente, coloquei uma blusa moletom, um shortinho fino e deitei pra dormir. 









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