domingo, 3 de junho de 2018

Capítulo 3

(...)
Acordei no dia seguinte e a rotina foi a mesma. Faculdade, casa, faculdade. Antes da aula da tarde conheci um cara super legal da turma de Biotecnologia, João. Ficamos conversando durante um tempao no refeitório da universidade. Deu o horário de ir pra aula, me despedi do João e segui a procura do laboratório de Informática.
Encontrei uns colegas de turma e segui o caminho que faziam até chegar ao Lab. Quando entrei, encontrei o Rafael sentado la na ultima fileira do canto da sala. "Não acredito que ele ta repetindo essa disciplina,  não na minha turma, pelo amor"  pensei . Sentei duas fileiras depois dele porem o professor pediu que eu sentassemos apenas nas fileiras do canto direito,  que por sinal era a que o Rafael estava sentado. Pelo visto ele ja sabia dessa preferencia do professor. Sentei na mesma direção que ele, porem, na fileira ao lado. O professor de cálculo se apresentou e apresentou o plano de aula da disciplina.
- Pessoal, não sei se voces conhecem o nosso programa de monitoria... Ja ouviram falar? - alguns assentiram - entao, pra quem nao sabe o que é, a universidade abre inscrições para aqueles alunos que ja tiveram determinada disciplina e se saíram muito bem, daí pagam uma taxa para aqueles que forem aprovados para eles serem monitores. Que é como um segundo professor, e entre aspas. Serve pra da suporte àqueles alunos que estão com dificuldade naquela disciplina. Esses alunos são os tops, com os CRA mega alto, ou seja, nossos melhores alunos.  o aluno aprovado para ser o monitor remunerado da nossa disciplina foi o Rafael, ele esta no quarto período de engenharia civil e é um dos melhores alunos, não só de funções e variáveis reias 1, quando das demais disciplinas.-  Pela primeira vez vi o que seria Rafael sem jeito. Que fingido. -  Vem cá, Rafa!  - ele levantou e foi até a frente da sala, o encarei com cara de tédio... Espero nunca precisar de monitoria em cálculo 1 - ta aqui O CARA, um dos nossos melhores alunos, o melhor jogador do nosso time de futsal, entre outras qualidades. - Rafael tava ficando vermelho. Conseguia ver suas mãos inquietas dentro dos bolsos frontais da sua calça. Achei bonitinho.. Nem parecia o mesmo que me da coices e que só fala merda entre seus amigos gatos - quer falar alguma coisa?
- Precisar, tamo aí, galera! - disse e todos riram.
- aproveitem o bastante desse cara - disse o professor dando dois tapinhas nas costas dele - pode ir sentar - falou com Rafael. Ele foi sentar e fiz questão de manter meu olhar fixado na frente da sala. Depois olhei pra ele de rabo de olho e ele estava mexendo no celular.
A aula passou bem rápido e alguns garotos ja foram falar com o Rafael, levantei enquanto ele estava sendo cercado por alunos desesperados ao ouvir todo o plano de aula de uma disciplina de puro cálculo. Quando estava pegando a mochila ouço ele me chamar.
- ei, Eduarda! - Me virei, meu nome fica tao diferente no sotaque dele, nossa, que sexy.. - ja ta indo pra casa?
- não, vou no mercado ainda
- ah, de boa então. Da tempo de chegar lá
Todos que estavam em volta dele olharam pra gente sem entender. Inclusive Geórgia.
- tá - falei e saí.
Quando estava passando pelo corredor ouço a Geórgia me chamar
- Eduarda! Me espera - parei e a esperei - como assim. você e o Rafael.... - a interrompi
- moramos no mesmo ap, mas é por pouco tempo - falei caminhando rapidamente
- nossa, que sonho. pq não me contou? - falou ajustando seu passo ao meu
- você não me perguntou - RI - e não. não é um sonho - falei descendo as escadas
- como assim?
- deixa pra lá. Vem amanhã? - tentei mudar de assunto
- sim, sim... Tem que vim né - revirou os olhos
- pois é. nos vemos amanhã entao, vou correr pq to sem chave.
- ah, tudo bem, beijo. Até amanhã.
Deixei ela pra trás e fui no mercado. Comprei coisas pra almoçar esses dias e lanchar. Não da certo ficar comendo sanduíches e biscoitos no café da manhã , almoço e jantar ( na verdade, ja haviam acabado)
O mercado fica há uns cinco minutos de casa também, bem pertinho. Depois de "compras" feita, fui pra casa. O Rafael ja havia chegado e estava no quarto.
Coloquei as coisas na cozinha, troquei de roupa e fui fazer o almoço pro dia seguinte. Quando estava lá, ouvi a campainha tocar, o Rafael saiu pra abrir. Era o Nathan, Felipe e Gustavo.
- boa tarde seus cabaços - disse Nathan
- tem boa tarde pra quem perdeu o cabaço também? - perguntou Gustavo
- claro que tem, sou um cara de bom coração - falou Nathan - eu sou a Universal
- boa tarde - falei com eles.
- ahhhh que maravilha - disse Nathan
- melhor visão do dia - falou Felipe
- A Eduarda ainda está entre nós - concluiu Gustavo. Ri e fui pegar meu celular no quarto
- eu queria mesmo era estar no meio dela - falou Nathan num tom mais baixo
- p*rra de bunda, não consigo parar de olhar  - disse Felipe, no mesmo tom
- e desde quando vocês dão boa tarde ou bom dia quando chegam aqui? - disse Rafael - o que uma mulher em casa não faz, hein
- ja melhoraram a relação? - perguntou Gustavo
- não, e nem quero. Só me da patada - disse Rafael
- essa é das minhas - falou Nathan
- se tem uma coisa que essa mina não vai ser, é das suas - falou Gustavo
- to só observando as besteiras que estão falando dela - disse Rafael
- eu também - falei saindo do quarto e indo terminar o almoço. Todos ficaram calados.

Terminei de fazer o almoço enquanto eles ficavam la conversando na sala. Eu participava algumas vezes de alguns papos e ignorava o Rafael na maioria das vezes. Ele fazia o mesmo comigo.
- cheirou hein - disse Nathan
- espero que esteja bom. Vocês querem comer? - perguntei de costas pra eles na pia.
- só se for v... - Felipe foi interrompido por um tapa do Gustavo
- só se for agora - falou Gustavo
- ok, alguém se habilita para fazer o suco? - perguntei e eles se entreolharam. Rafael se levantou e caminhou até a cozinha. Se posicionou estrategicamente atrás de mim e falou:
- deixa que eu faço

Confesso que fiquei surpresa.

- desde quando voce sabe cozinhar - falou comigo. Ainda sem olhar para ele peguei uns  pratos e talheres

- pra seu governo - respondi - aprendi com minha mae há muito tempo. Caso voce não tenha percebido, eu não nasci em berço de ouro e sei me virar sozinha desde pequena. Na minha casa não Fuco esperando minha mae me dar tudo de mao beijada como eu se fosse uma patricinha afetada - terminei e ele apenas ergueu as sobrancelhas.

Arrumei tudo na mesa. Quando Rafael terminou com o suco, coloquei o almoço e cada um pegou seu prato e se espalharam pela sala.

- esse estrogonofe de frango ta com uma cara ótima - falou Gustavo
- com o cheiro também - disse Rafael
- la se vai minha dieta juntamente com esse purê de batata - falou Nathan
- parem de falar e vão comer - falei
- UI, ela é autoritária - disse Felipe
- Cala a boca, Felipe - falei
- assim eu me apaixono - continuou e eu fiz cara séria - ta, parei - comecou a comer e eu ri por dentro. Que bestas.
Quando terminamos, cada um lavou seu prato e eles saíram pra jogar bola. Fui pro quarto fazer umas atividades e estudar. Principalmente cálculos... Era só o que me faltava ter que ficar no final da aula com o Rafael me dando monitoria... Deixa pra Geórgia e as outras meninas que ficam babando nele na sala.
Falando em Geórgia, desde que descobriu que moro com o Rafael, não me para de fazer perguntas do tipo: como ele é acordando? Ele anda sem camisa? De cueca? ele canta no chuveiro?
Nem preciso falar que reviro os olhos a cada pergunta, não é mesmo?
Pra completar, ela contou para Adriana ( uma colega de turma que só ta la pra beber e fumar maconha. Ela deixa bem explicito pra todo mundo pessoalmente e no grupo de WhatsApp da sala) que eu dividia o apê com ele... Mais uma pra me encher o saco. Adriana havia me mandado 5 mensagens no WhatsApp com perguntas do tipo: você ja viu ele pelado? E o "documento" dele? Fortalece? Ele ja deu em cima de você? Voces ja se pegaram?
E o que eu fiz? Enviei um emoji que "revira os olhos". Depois ela mandou mais pergunras indecentes que fiz questão de visualizar e não responder. Pessoalmente só falei: da proxima vez, procura algo melhor pra fazer... Sempre que puder, me poupe tá?!
Depois desse dia ela nem olha mais na minha cara, só torto mesmo. Não era minha intenção fazer inimizades, muito pelo contrário, mas fazer o quê, né?!

Vamos falar em saudade. A saudade que sentia de minha mãe fortaleceu ainda
mais meus laços com ela. Falávamo-nos
quase todos os dias, por telefone, WhatsApp ou qualquer outro meio. No nosso contato anterior, ficamos cerca de uma hora conectadas.

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