No dia seguinte tive aula das 9h às 11:40. Quando estava saindo da sala conversando com o André (colega de turma) e a Geórgia, ouço o Gustavo me chamar e pedir pra esperar ele. Me despedi do André e da Geo e caminhei até ele que copiava algo do mural.
- e ae, bro - falei dando um soquinho no seu ombro
- pqp, me borrou - falou
- foi mal - RI - qual foi?
- vamo almoçar? - disse guardando o caderno na mochila
- onde? Você que vai pagar?
- claro filha, to convidando. Num restaurante duas ruas pra cima
- por mais pessoas como você Guu - falei apertando suas bochechas. Gustavo é um fofo, cara. Não sei se é a barba ou o sorriso que diminui o olho, mas tenho vontade de apertá-lo. - tem horas que tenho vontade de te levar pra minha casa
- ue, pq ? - perguntou enquanto saíamos da faculdade
- você é um amorzinho
- eu hein - riu
- nem parece que é amigo do Rafael. Qual é o problema dele? - questionei.
- Bom, pena que não tenho tempo para relacionar todos. Mas digamos que o Rafael prefere ficar sozinho. Ou talvez tenha alergia a mulheres bonitas - completou ele, lançando-me um olhar significativo.
Claro que foi uma piada, para descontrair. Não que eu seja uma pessoa feia, até porque gosto bastante de me
arrumar. Adoro andar na moda. Aprendi a ser vaidosa por insistência da minha mãe. Ela temia que eu acabasse adquirindo o jeito dos meus primos que eram como irmãos para mim e me tornasse uma garota masculinizada. Resultado: não saio de casa sem dar uma boa caprichada no visual, seja para trabalhar, ir a festas ou me exercitar. Mas deixo claro que não sou fútil. Nadinha.
- mas por outro lado ele é o único que se salva ali - disse por fim
- só que não - falei
- juro pra tu. Tipo, ele não é mulherengo e não pensa só em sexo como os outros caras. As mulheres dão em cima dele em peso, também, o cara é f*da em tudo, inteligente pra caramba, mo gente boa, melhor no futsal, parceirasso. Ate eu daria pra ele - gargalhei
- acho que não estamos falando da mesma pessoa - falei
- sério - riu - não entendo pq vocês dois não se bicam... Os dois são fechamento
- talvez se ele Nao fosse mal educado, arrogante, grosseiro, mimadinho... - ele riu
- ele é totalmente o oposto, Na maioria das vezes. Serião. Só não se relaciona serio com ninguém. parece que tem medo de algo...
- como assim?
- tipo, teve uma garota que ele tava saindo há um tempo atrás. Ela é da turma de Biotec, gatona e gente boa pra caramba. Ele tava curtindo ela e tudo, quando pensamos que ele ia levar adiante, eles pararam de se encontrar. Fui perguntar pra ele, ele largou um "não deu certo" típico dele - fiquei pensativa - ele não abre essa parte da vida dele... É como se nem ele soubesse o que acontece
- e ae, bro - falei dando um soquinho no seu ombro
- pqp, me borrou - falou
- foi mal - RI - qual foi?
- vamo almoçar? - disse guardando o caderno na mochila
- onde? Você que vai pagar?
- claro filha, to convidando. Num restaurante duas ruas pra cima
- por mais pessoas como você Guu - falei apertando suas bochechas. Gustavo é um fofo, cara. Não sei se é a barba ou o sorriso que diminui o olho, mas tenho vontade de apertá-lo. - tem horas que tenho vontade de te levar pra minha casa
- ue, pq ? - perguntou enquanto saíamos da faculdade
- você é um amorzinho
- eu hein - riu
- nem parece que é amigo do Rafael. Qual é o problema dele? - questionei.
- Bom, pena que não tenho tempo para relacionar todos. Mas digamos que o Rafael prefere ficar sozinho. Ou talvez tenha alergia a mulheres bonitas - completou ele, lançando-me um olhar significativo.
Claro que foi uma piada, para descontrair. Não que eu seja uma pessoa feia, até porque gosto bastante de me
arrumar. Adoro andar na moda. Aprendi a ser vaidosa por insistência da minha mãe. Ela temia que eu acabasse adquirindo o jeito dos meus primos que eram como irmãos para mim e me tornasse uma garota masculinizada. Resultado: não saio de casa sem dar uma boa caprichada no visual, seja para trabalhar, ir a festas ou me exercitar. Mas deixo claro que não sou fútil. Nadinha.
- mas por outro lado ele é o único que se salva ali - disse por fim
- só que não - falei
- juro pra tu. Tipo, ele não é mulherengo e não pensa só em sexo como os outros caras. As mulheres dão em cima dele em peso, também, o cara é f*da em tudo, inteligente pra caramba, mo gente boa, melhor no futsal, parceirasso. Ate eu daria pra ele - gargalhei
- acho que não estamos falando da mesma pessoa - falei
- sério - riu - não entendo pq vocês dois não se bicam... Os dois são fechamento
- talvez se ele Nao fosse mal educado, arrogante, grosseiro, mimadinho... - ele riu
- ele é totalmente o oposto, Na maioria das vezes. Serião. Só não se relaciona serio com ninguém. parece que tem medo de algo...
- como assim?
- tipo, teve uma garota que ele tava saindo há um tempo atrás. Ela é da turma de Biotec, gatona e gente boa pra caramba. Ele tava curtindo ela e tudo, quando pensamos que ele ia levar adiante, eles pararam de se encontrar. Fui perguntar pra ele, ele largou um "não deu certo" típico dele - fiquei pensativa - ele não abre essa parte da vida dele... É como se nem ele soubesse o que acontece
Fiquei calada. Chegamos no restaurante. Sentamos na mesa da janela. O restaurante é todo emadeirado, e tocava Matheus e Kauan bem baixinho.
- nossa, vocês só ouvem sertanejo? - falei enquanto sentavamos
- não, tem funk também - respondeu Gustavo, rindo
- AFF - revirei os olhos e ri em seguida. Um garçom veio até Nós, fizemos os pedidos e voltamos a conversar.
- ta com saudade de casa ja?
- muita - respondi e ele riu - você não tem noção
- pior que tenho... Sei a barra que é o começo
- saudades de acordar com meus vizinhos ouvindo pagode baiano, arrocha , gritando alguém, cachorro latindo... Aqui é muito tranquilo - falei colocando o cotovelo na mesa e apoiando meu queixo na mao
- se acostume fia
- pois é ...
- me conta como é lá? Morro de vontade de conhecer Salvador, principalmente o carnaval de lá. Assisto e me arrepio cara - falou e eu RI
- então... La é lindo, quente, muita agonia, quente, a população é única... Quente - falei e ele riu - mas tem praias maravilhosas, a maioria dos prédios tem piscinas, tem clubes...
- então ta tudo azul
- pois é.. E carnaval, é aquilo mesmo. Mas tem muita briga também... Coisas que a rede globo não exibe
- eu fico imaginando. É gente pra caraí, deve ter alguns imbecis sem o q fazer, não é possível
- sim, tem vários.. Você tem namorada, Gustavo?
- tenho não, quer se candidatar? - eu ri sem graça, não imaginava essa resposta - iiiiiiih ficou com vergonha - me zoou - ate parece que é tímida
- mas eu sou ue!! Muito por sinal.
- ahaamm, sei..
Nossos pedidos chegaram e comemos conversando num clima super descontraído e agradável. Gustavo é um palhaço! Ele me chamou para ir jantar na chácara com o pessoal da empresa júnior, a qual ele era analista de recursos humanos. O jantar era em prol do retorno às tarefas da empresa... Ou seja, iniciando o ano oficialmente. Segundo ele, ja poderia fazer um networking. Aceitei, até pq eu gostaria muito de trabalhar la.
Terminamos, ele pagou a conta e fomos pra casa juntos, ja que ele mora no andar de baixo do meu. Cheguei no meu andar e toquei a campanhia. Rafael abriu de regata e short de academia. Que pernas!
Terminamos, ele pagou a conta e fomos pra casa juntos, ja que ele mora no andar de baixo do meu. Cheguei no meu andar e toquei a campanhia. Rafael abriu de regata e short de academia. Que pernas!
- como você entrou? - perguntou estranhando eu não ter interfonado para ele abrir o portão
- vim com o Gustavo - entrei e Fechei a porta
- da faculdade? - iiih, virou polícia agora meu filho?
- também - falei caminhando até meu quarto
- hum. - encerrou o assunto. Agradeci.
Durante a tarde, a Geórgia me chamou para ir com uns estudantes à um parque de reserva natural da cidade. Decidi ir, melhor do que ficar em casa trancada no quarto.
Vesti uma roupa simples mesmo.
Quando abri a porta do quarto, dou de cara com o Rafael na porta do quarto dele, todo arrumado.
Endireitei o corpo e olhei pra ele. Não posso afirmar se o que vi foi real ou se minha imaginação hiperativa me levou a enxergar aquilo, mas tenho quase certeza de que os batimentos cardíacos do Rafael passaram por uma ligeira alterada.
- está indo pro parque também? - perguntou me olhando
- sim... Você também? - ele assentiu - Gustavo também vai? - perguntei e ele desviou o olhar
- não, vai sair com o um pessoal - se virou Para fechar a porta. Fiz o mesmo - pode ir indo chamando o elevador, só vou fechar a janela da cozinha, se caso chover - falou. Rafael tá diferente... Pensei comigo mesma.
Abri a porta e chamei o elevador. Não demorou muito ele chegou e entrei com o Rafael. Fomos juntos até a faculdade no maior silêncio, como dois desconhecidos.
Aproveitei que ele estava de boa maré e ainda não havia me afrontado naquele dia para puxar conversa.
- já foi nesse parque? - perguntei e ele assentiu
- quase sempre.
- hum... É muito longe?
- não, uns 20 minutos.
Chegamos na faculdade e ja tinha um ônibus de viagem parado. Supus que iriamos ao parque nele. Assim que atravessei a rua avistei a Geórgia com um grupo de colegas la da sala. Rafael também encontrou alguns amigos e foi ao encontra deles. Me aproximei da Geo.
- chegou bem acompanhada hein - falou ela e eu revirei os olhos - desculpa!!
- que horas o ônibus vai sair? - perguntei
- daqui a 30 minutos - respondeu André.
- Duda! - chamou Gustavo. Pensei que não iria... Ele estava acompanhado por três homens e uma garota. Caminhei até ele. - galera, essa é a Eduarda. Ela é caloura.
- Seja muito bem vinda, Eduarda. - falaram. Agradeci. Gustavo falou que eram da empresa junior e um dos caras era o diretor.
O grupo do Rafael chamou ele que Saiu e me deixou la sozinha com o pessoal da empresa júnior. Fiquei um pouquinho nervosa no inicio mas depois relaxei.
Ficamos conversando e depois entramos no ônibus. O André foi ao meu lado. Sentamos quase no fundo. Passei o olho pelo ônibus e avistei o Rafael sentado no meio do ônibus com um colega. conversando super animado.
Não demorou muito chegam o ao parque. O clima ja era outro. Lugar lindo. Verde. Bem verde.
Um dos veteranos que promoveram esse "passeio" virou nosso guia. Ele nos mostrava todos os pontos daquele lugar e suas respectivas histórias.
Parei de frente a uma árvore onde suas flores eram bem amareladas com um formato de coração. Chamou bastante minha atenção
- são lindas. não são? - ouvi uma voz e me assustei. Olhei e era o Rafael.
Ele olhava para as flores encantado também. Esticou a mão e com muita facilidade arrancou uma e olhou mais pra perto. - quando você olha mais de perto, percebe que ainda é mais linda do que de longe... linda nos mínimos detalhes - falou e me entregou
Sorri e agradeci. Olhei mais de perto a flor e realmente, ele tinha razão. Ela tinha uns detalhes meio tribalistas no centro levemente azulado. Fiquei admirando e nem percebi que estavamos ficando afastados do grupo.
- vem, deixa eu te mostrar um lugar - segurou minha mão e deixei que ele me guiasse até onde pretendia me levar. Não vou negar que o contato inesperado mexeu com os meus nervos... Ah, e como mexeu! Afinal, sou mulher. sou humana e tenho hormônios. Ninguém no meu lugar ficaria indiferente àquele modelo de testosterona. tão másculo, tão charmoso e lindo. Ele podia ser o cara mais irritante do mundo, mais ainda assim sabia ser gostoso.
Enquanto me puxava, reparei no movimento de suas pernas e até um pouquinho mais acima. bem no... Bom, deixa isso pra lá, melhor nem dizer nada pq chega a ser até falta de educação aquilo tudo numa pessoa só.
Fechei os olhos e consegui sentir o perfume da natureza. Fiquei absorvendo os aromas, quase em transe.
Até que me dei conta de que boa parte dos odores era do próprio Rafael.
Ele exalava um perfume masculino, cru, com um toque amadeirado. Dizer que meu coração perdeu umas duas batidas seria mentir descaradamente.
Ele deixou de bater por cinco segundos mesmo. E depois, quando voltou, espalhou uma onda de eletricidade por todo o meu corpo.
"Cara, eu devo estar muito carente", pensei, bem a perigo mesmo, para ter uma reação dessas. Afinal, eu nem gostava de Rafael. Não tinha a menor simpatia por ele.
Ainda bem que minha atenção foi desviada para algo muito mais seguro: um lago imenso. A paisagem surgiu de repente , me fazendo ofegar de surpresa. Aquele lugar não poderia ser real.
- É o meu lugar preferido. - disse Rafael - é tão calmo... Tao solitário...
Gente, esse cara era o mesmo que me dizia desaforo e falava asneiras com os amigos? Pq não parece. Não quando ele diz essas coisas, não falando exatamente comigo, mas mais consigo mesmo.
- Um refúgio? - falei
- sim, quando tudo me cansa, quando penso em jogar tudo pra cima, quando surgem pessoas grosseiras e que me julgam sem conhecer...
Tava demorando.
Me afastei um pouco procurando me concentrar nos detalhes do lago, por exemplo , no arco-íris que se formava sobre ele e no brilho das pequenas pedras em torno dele.
- Desculpe - disse Rafael momentos depois e eu o vi passar as mãos freneticamente nos seus cabelos castanhos - me expressei mal. Não quero implicar com você. Não agora, não aqui.
Pisquei.
- mas quer fazer isso depois. Posso saber o por quê? - falei
- hmmmm... Digamos que eu tenha meus motivos.
- baseados em conceitos pré concebidos, imagino..
Nossos olhares ficaram se duelando e, pela primeira vez notei um brilho diferente nos seus olhos verdes acastanhados.
- a vente precisa voltar - disse ele - se você quiser, depois posso te trazer aqui para mergulhar
Bipolar. Com certeza
- vamos ver - repondi passando por ele e seguindo o caminho de trilha do lago. ele me alcançou e eu agradeci mentalmente pois não ia acertar voltar.
Durante a tarde, a Geórgia me chamou para ir com uns estudantes à um parque de reserva natural da cidade. Decidi ir, melhor do que ficar em casa trancada no quarto.
Vesti uma roupa simples mesmo.
Quando abri a porta do quarto, dou de cara com o Rafael na porta do quarto dele, todo arrumado.
Endireitei o corpo e olhei pra ele. Não posso afirmar se o que vi foi real ou se minha imaginação hiperativa me levou a enxergar aquilo, mas tenho quase certeza de que os batimentos cardíacos do Rafael passaram por uma ligeira alterada.
- está indo pro parque também? - perguntou me olhando
- sim... Você também? - ele assentiu - Gustavo também vai? - perguntei e ele desviou o olhar
- não, vai sair com o um pessoal - se virou Para fechar a porta. Fiz o mesmo - pode ir indo chamando o elevador, só vou fechar a janela da cozinha, se caso chover - falou. Rafael tá diferente... Pensei comigo mesma.
Abri a porta e chamei o elevador. Não demorou muito ele chegou e entrei com o Rafael. Fomos juntos até a faculdade no maior silêncio, como dois desconhecidos.
Aproveitei que ele estava de boa maré e ainda não havia me afrontado naquele dia para puxar conversa.
- já foi nesse parque? - perguntei e ele assentiu
- quase sempre.
- hum... É muito longe?
- não, uns 20 minutos.
Chegamos na faculdade e ja tinha um ônibus de viagem parado. Supus que iriamos ao parque nele. Assim que atravessei a rua avistei a Geórgia com um grupo de colegas la da sala. Rafael também encontrou alguns amigos e foi ao encontra deles. Me aproximei da Geo.
- chegou bem acompanhada hein - falou ela e eu revirei os olhos - desculpa!!
- que horas o ônibus vai sair? - perguntei
- daqui a 30 minutos - respondeu André.
- Duda! - chamou Gustavo. Pensei que não iria... Ele estava acompanhado por três homens e uma garota. Caminhei até ele. - galera, essa é a Eduarda. Ela é caloura.
- Seja muito bem vinda, Eduarda. - falaram. Agradeci. Gustavo falou que eram da empresa junior e um dos caras era o diretor.
O grupo do Rafael chamou ele que Saiu e me deixou la sozinha com o pessoal da empresa júnior. Fiquei um pouquinho nervosa no inicio mas depois relaxei.
Ficamos conversando e depois entramos no ônibus. O André foi ao meu lado. Sentamos quase no fundo. Passei o olho pelo ônibus e avistei o Rafael sentado no meio do ônibus com um colega. conversando super animado.
Não demorou muito chegam o ao parque. O clima ja era outro. Lugar lindo. Verde. Bem verde.
Um dos veteranos que promoveram esse "passeio" virou nosso guia. Ele nos mostrava todos os pontos daquele lugar e suas respectivas histórias.
Parei de frente a uma árvore onde suas flores eram bem amareladas com um formato de coração. Chamou bastante minha atenção
- são lindas. não são? - ouvi uma voz e me assustei. Olhei e era o Rafael.
Ele olhava para as flores encantado também. Esticou a mão e com muita facilidade arrancou uma e olhou mais pra perto. - quando você olha mais de perto, percebe que ainda é mais linda do que de longe... linda nos mínimos detalhes - falou e me entregou
Sorri e agradeci. Olhei mais de perto a flor e realmente, ele tinha razão. Ela tinha uns detalhes meio tribalistas no centro levemente azulado. Fiquei admirando e nem percebi que estavamos ficando afastados do grupo.
- vem, deixa eu te mostrar um lugar - segurou minha mão e deixei que ele me guiasse até onde pretendia me levar. Não vou negar que o contato inesperado mexeu com os meus nervos... Ah, e como mexeu! Afinal, sou mulher. sou humana e tenho hormônios. Ninguém no meu lugar ficaria indiferente àquele modelo de testosterona. tão másculo, tão charmoso e lindo. Ele podia ser o cara mais irritante do mundo, mais ainda assim sabia ser gostoso.
Enquanto me puxava, reparei no movimento de suas pernas e até um pouquinho mais acima. bem no... Bom, deixa isso pra lá, melhor nem dizer nada pq chega a ser até falta de educação aquilo tudo numa pessoa só.
Fechei os olhos e consegui sentir o perfume da natureza. Fiquei absorvendo os aromas, quase em transe.
Até que me dei conta de que boa parte dos odores era do próprio Rafael.
Ele exalava um perfume masculino, cru, com um toque amadeirado. Dizer que meu coração perdeu umas duas batidas seria mentir descaradamente.
Ele deixou de bater por cinco segundos mesmo. E depois, quando voltou, espalhou uma onda de eletricidade por todo o meu corpo.
"Cara, eu devo estar muito carente", pensei, bem a perigo mesmo, para ter uma reação dessas. Afinal, eu nem gostava de Rafael. Não tinha a menor simpatia por ele.
Ainda bem que minha atenção foi desviada para algo muito mais seguro: um lago imenso. A paisagem surgiu de repente , me fazendo ofegar de surpresa. Aquele lugar não poderia ser real.
- É o meu lugar preferido. - disse Rafael - é tão calmo... Tao solitário...
Gente, esse cara era o mesmo que me dizia desaforo e falava asneiras com os amigos? Pq não parece. Não quando ele diz essas coisas, não falando exatamente comigo, mas mais consigo mesmo.
- Um refúgio? - falei
- sim, quando tudo me cansa, quando penso em jogar tudo pra cima, quando surgem pessoas grosseiras e que me julgam sem conhecer...
Tava demorando.
Me afastei um pouco procurando me concentrar nos detalhes do lago, por exemplo , no arco-íris que se formava sobre ele e no brilho das pequenas pedras em torno dele.
- Desculpe - disse Rafael momentos depois e eu o vi passar as mãos freneticamente nos seus cabelos castanhos - me expressei mal. Não quero implicar com você. Não agora, não aqui.
Pisquei.
- mas quer fazer isso depois. Posso saber o por quê? - falei
- hmmmm... Digamos que eu tenha meus motivos.
- baseados em conceitos pré concebidos, imagino..
Nossos olhares ficaram se duelando e, pela primeira vez notei um brilho diferente nos seus olhos verdes acastanhados.
- a vente precisa voltar - disse ele - se você quiser, depois posso te trazer aqui para mergulhar
Bipolar. Com certeza
- vamos ver - repondi passando por ele e seguindo o caminho de trilha do lago. ele me alcançou e eu agradeci mentalmente pois não ia acertar voltar.
Geórgia me liga me entupindo de perguntas e avisa que o ônibus já vai embora. Retornamos ao local onde estavam todos bem rápido, ja que Rafael conhecia tudo ali.
Ao entramos no ônibus, não foi possível deixar de receber olhares de "hummmmm, sumiram juntos... Safadjenhos". Fiquei sem graça. Procurei pelo André e ele ja estava sentado com o Danilo. colega nosso de turma. Só restou um lugar ao lado da Geórgia.
Metralhadora de perguntas em 3
2
1
Socorro!
(...)
Chegamos na chácara eram 17h. Fui de carro com o Gustavo e a Geórgia. Sim, ela foi também. Prometi que se ela não me fizesse perguntas sobre o Rafael na volta pra casa, daria um jeito dela ir ao jantar também. O que não foi muito difícil de conseguir ja que ela é mulher, bonita e eu falei diretamente com o Gustavo.
A mulher que eu havia conhecido minutos antes do passeio à reserva natural, Juliana, mostrou o quarto onde eu poderia deixar minhas coisas. A chácara era enorme, assim como a casa. Linda, muito linda.
Deixei a minha mochila la no quarto e desci pra ficar com o pessoal. Ficamos conversando até que o pessoal subiu para se arrumar. Fiz o mesmo.
Optei por um vestidinho preto básico.


Calcei os saltos e me maquiei no banheiro. Só um pouquinho.
Como toque final, espalhei um pouco de perfume nos pulsos e atrás das orelhas, um verdadeiro Dolce & Gabbana que havia ganhado de minha mãe no último natal.
Nos lábios, gloss. Mal tinha terminado de esfregar um lábio no outro para espalhar o brilho quando ouvi um barulho de porta sendo aberta e fechada. Levando em consideração que a acústica da casa é perfeita, esse barulho só poderia ser da porta do "meu" quarto.
Saí do banheiro apressada, pensando que ia encontrar Geórgia. Estava prestes a fazer uma piada qualquer no momento em que dei de cara com Rafael, parado de braços cruzados bem no meio do enorme quarto. De calça jeans de cintura baixa e camisa xadrez perigosamente justa, ele era a personificação da tentação. Passou os olhos demoradamente por meu corpo, fazendo uma avaliação do que via diante de si.
O processo todo demorou uns três segundos, mas posso garantir que durou até de mais, o suficiente para eu perder o fôlego.
– Seriamente, você é um mal educado. Não sabe bater? - acusei com medo de que minha voz tivesse saido pouco natural e ele percebesse meu nervosismo. - e se eu não estivesse vestida? - desejei não ter dito isso
- então, eu teria muita sorte - respondeu erguendo levemente a sobrancelha esquerda
- posso saber o que você quer? - questionei toda armada - ja estou pronta e - olhei no meu relógio de pulso - no horário combinado. Não precisava se dar o trabalho de vir me buscar
- não foi um trabalho - ele disse - e eu não vim te buscar
Rafael se jogou em minha cama, esticando-se todo como se fosse o gesto mais natural do mundo. Colocou os braços atrás da cabeça e fingiu estar avaliando a qualidade do colchão.
Tudo o que eu fiz foi ficar encarando a cena, incapaz de mover um músculo para impedir. Afinal, era Rafael deitado na cama bem na minha frente.
Meu Pai!
- você é muito folgado! - soltei. - e sem noção.
- Ei, eu só vim ver como você estava. Por causa da conversa de hoje, lembra? Como foi com o diretor da empresa junior?
Suspirei.
Não.
Aquilo não estava acontecendo.
- não dava pra perguntar na hora do jantar? - continuei, relutante. - previsava invadir meu quarto? eu poderia estar...
- sem roupa - completou - eu sei. Você ja disse isso.
Bufei furiosa.
Claro que eu poderia ter deixado ele sozinho e ter saído do quarto, altiva, por cima. Mas não sei o que dava em mim sempre que ficava perto dele.
- e então? Vai me contar como foi com meu chefe? - pqp, esse cara está presente em todas as associações da faculdade, é? Perdi a vontade de fazer parte da empresa júnior..
- tudo bem - respondi secamente
- tudo bem que vai contar, ou lá foi tudo bem? - da pra alguém ser mais chato do que esse sujeito, meu Deus? - não precisa ficar economizando nas palavras. Temos um tempinho.
Revirei os olhos com o máximo de desdém que consegui demonstrar e mandei um comentário muito criativo - e maduro, diga-se de passagem:
- você é ridículo, Rafael.
Nesse instante, Rafael se levantou de um pulo e só parou a centímetros de distância de mim. Dava até pra eu sentir o cheiro másculo do perfume que usava, algo seco e selvagem.
- repita o que disse - ordenou ele com os olhos faiscando
- o quê? - eu disse, como se meus nervos estivessem no melhor dos estados. - que você é ridículo?
Rafael se aproximou ainda mais, a ponto da nossa respiração se misturar. Ele exalava creme dental de menta. E eu? Será que meu hálito estava pelo menos agradável?
- não. Rafael. - falou ele
Hein?
Fiquei olhando pra ele com a maior cara de boba pq eu realmente não tinha entendido nada. Então, ele esclareceu:
- diga meu nome de novo.
Então era isso. Mas o que isso representava afinal? Um caso esquisito de amor pelo próprio nome que fazia querer ouvi-lo pronunciado pelas pessoas?
- co-como? - gaguejei
Rafa tocou uma mecha de meu cabelo tão lentamente que fiquei em estado de choque, sentindo o trajeto dos seus dedos desde a altura da orelha ate as pontas dos cabelos.
- gosto da maneira como você pronuncia meu nome - justificou-se, concentrado no ato de sentir a textura de meu cabelo - aliás, é a primeira vez que você me chama de Rafael.
-hum hum - fiz. Mas se ele tivesse me dito que a Terra é triangular. eu teria concordado da mesma forma.
- soa diferente na sua voz - continuou - deve ser por conta do seu sotaque
- pode ser - respondi, meio que no piloto automático
- ou é só por causa dessa sua boca mesmo - dito isso, Rafael traçou o contorno dos meus lábios com o polegar e eu Fechei os olhos para sentir o melhor toque.
O que estava acontecendo ali? Rafael estava me paquerando? Mas não podia!
Jurava que ele iria me beijar. A forma como ele encarava minha boca não deixava margem para dúvidas. Os olhos dele ainda faiscavam, mas não era de raiva, nem impaciência. Era algo mais poderoso e forte, que o puxava para perto de mim como se fosse uma especie de hipnose.
Mas, como isso era possível? Nós nem gostavamos um do outro. Viviamos implicando e jogando indiretas, mal nos toleravamos. Eu não suportva aquele homem, mesmo quando ele fazia meu coração dar piruetas só de ve-lo ou me levava para conhecer algum lugar lindo. Ele também não morria de amores por mim. Sempre que podia, deixava bem claro o que pensava a meu respeito e não exitava em me tirar do sério. Então, pq agora tudo me levava a crer que Rafael estava prestes a colar seus lábios nos meus? E pq eu ansiava desesperadamente por isso?
Porém, no momento em que meus ombros relaxaram e eu pensei que as coisas iam progredir entre a gente, Rafael se afastou.
E o encanto se desfez.
Só ai escutei o toque de um telefone. Meu celular!
Corri pra pegá-lo na cama e olhei o visor. Tiago! Se isso não fosse um sinal, não sei mais o que poderia ser. Tiago era o cara com quem eu ficava. Era exagero dizer que eramos quase namorados. Nos conhecemos no curso de frances que fazíamos juntos e eu me apaixonei por ele assim que o vi pela primeira vez na sala. A partir de então começamos a sair e a iniciar um rolinho meio que sério. Combinado de continuar assim até que eu voltasse à Bahia e resolvesse o nos futuro.
Tentei o maximo que pude controlar minha respiração.
Aliás, se eu pensava que Rafael estava prestes a deixar o quarto, me enganei perfeitamente. Tudo o que ele fez foi esperar que eu atendesse à chamada. Será que agora ele advinha as coisas? Porém, eu tinha um grande trunfo para o caso de Rafael querer ouvir minha conversa. Falaria em francês. Bem feito!
- oi princesa! - Saudou Tiago, todo animado - que saudades...
- hã... Oi Tiago - falei - que surpresa!
Rafael deixou sua marca registrada ao me encarar, levantou uma de suas sobrancelhas. Demonstrou estar indignado com a minha recusa em deixar que ele entendesse o meu diálogo. Curti demais esse momento, soberana.
Meu coração batia forte no peito. Minha dúvida era se isso acontecia pelo fato de estar falando com o Tiago ou pq ainda podia sentir os vestígios do meu quase-beijo com o Rafael.
- pois é... Como faço pra controlar essa saudade louca que ando sentindo? Ouvir você falando em francês então... Me lembra as nossas "aulas" - falou Tiago, cheio de graça e enfatizando o aulas.
Não sei, mas esse tempo longe dele me fez perceber que nossa paixão não era tao grande assim. Afinal, eu nem pensava nele direito. Também havia outros motivos, tipo ele quase nunca fazer contato ou ser evasivo nas poucas conversas que tínhamos. Mas nada a ver com Rafael. que isso fique bem claro.
- bom, a gente ja tinha combinado que deixaria pra resolver nossa situação quando eu voltasse, nas férias - contemporizei - é difícil falar sobre isso pelo telefone.
- falar sobre o que? - questionou Tiago - sobre saudade? Não vejo problema nenhum.
Fiquei impaciente. De repente, queria desligar logo a praga daquele aparelho e descer para o jantar.
- beleza, Tiago. Gostei da sua ligação.Mas agora preciso ir
- certo - cortou ele- ja entendi. Você ta me dispensando.
Oh Senhor!
- eu não faria isso - "não pelo celular, há quilômetros de distância". Mas não disse isso em voz alta
- bom princesa, vamos deixar as coisas como estão. Prevalece o que combinamos aqui, certo?
Eu não queria dizer que sim. Não estava preparada para reforçar o nosso combinado. Já não sentia o mesmo por Tiago. Não conseguia me imaginar apaixonada por ele, namorando, ou pior, usando com ele minhas lindas lingeries da La Perla.
- a gente se fala depois - prometi - era o mínimo que podia fazer.
Desliguei o telefone, sabendo que Rafael estava prestes a fazer uma observação. Levantei os olhos para ele, que apenas comentou:
- essa língua francesa é muito confusa.
Sorri. Ele completou:
- vem, vamos jantar.
Descemos para a sala em silêncio.
- ah, até que enfim! pelo menos vocês dois ja estão prontos! - falou Gustavo chegando na sala também. - mano, tao querendo chamar a Beth - disse diretamente pro Rafael. Tive uma leve impressão de que ele ficou sem jeito, sem cor e sem fôlego.Quem era essa tal de Beth afinal? Alguma professora deles? - mas eu disse que era melhor não. Joguei um migué, falei que ela nem era da empresa júnior e tal...
- e aí? - disse Rafael bastante interessado no assunto
- e aí que falaram que a Eduarda e a Geórgia também não eram - olhou pra mim e eu fiquei sem graça - mas aí o Diego (diretor) chegou e falou que a Duda AINDA não fazia parte, mas tinha bastante interesse em contrata-la
- parem de falar como se eu não estivesse aqui. - protestei
- mas e a Beth? - falou Rafael ainda preocupado com essa mulher
- Diego achou melhor não. Ia demorar muito. - Rafael suspirou aliviado. Fiquei com uma pulga atrás da orelha. - sua quase namorada não vem, relaxe - riu Gustavo.
Então era isso. Essa tal de Beth era a mulher da Biotec que o Rafael teve um lance quase sério. E pelo que percebi, ainda se sentia incomodado com sua presença. Será que ele ainda tem algum sentimento por ela? Mas é óbvio que sim. Pelo que o Gustavo me falou e pela reação dele ao saber que possivelmente ela jantaria conosco naquela noite, não deixava sobra de dúvidas. Eu já deveria saber disso. Não é por nada, mas pelo menos eu teria um fortíssimo motivo para parar de colocar na mesma frase os nomes Rafael e La Perla.
Aos poucos o pessoal foi descendo e quando todos ja estavam prontos fomos para sala de jantar iniciar nossa janta.
No jantar estava eu, a Geórgia , Rafael, Gustavo e os 3 que vi antes de passeio ao parque juntamente com a Juliana. Esses 3 era o diretor Diego - jovem, cursa engenharia de alimentos - Bruno, - estudante de biotecnologia - e o Vinícius, - estudante de engenharia mecânica -.
Sentei entre a Geórgia e a Juliana. Rafael sentou na minha frente e o Gustavo na frente da Geórgia. To percebendo uns flertes entre os dois desde o carro. Jantamos num clima bem descontraído e como sempre, eu era o centro das perguntas, palhaçadas e tudo mais. E por incrível que pareça, eu não me senti incomodada com isso.
Terminamos de comer e lá mesmo o Diego nos serviu a sobremesa: sorvete. Havia varias opções.
Escolhi um sabor diferente, meio picante. Enquanto degustava meu sorvete, concentrada nas historias ilarias das calouradas, Rafael perguntou de supetão:
- e você Eduarda, tem namorado?
Engasguei na mesma hora. Dei uma abocanhada tão enorme no sorvete que ele desceu rasgando minha garganta, fazendo minhas narinas arderem e meus olhos se encherem de lágrimas.
- Não — gemi. — Mais ou menos — acabei corrigindo. Minha situação com Tiago não havia mudado nada. Aliás, as coisas pareciam cada vez mais frias. Fazíamos pouco contato e, quando acontecia, era estranho, sem química, como minutos antes do jantar. Mesmo assim, não consegui responder outra coisa. Em minha cabeça, ainda que não ficássemos juntos quando eu voltasse, tínhamos que resolver tudo pessoalmente.
- Não ou mais ou menos? — repetiu Rafael, olhando mais para seu sorvete do que para mim.
- Mais ou menos. - Definitivamente, eu não estava a fim de falar sobre isso com ele. Mas Rafael insistiu:
- Nada sério, então?
-Isso. Por enquanto. - respondi e ele estreitou o olhar, igualando-o à minha altura, como se estivesse me desafiando a falar mais. Eu não estava com a menor
vontade de continuar, mas acabei cedendo, nem sei por quê.
- Eu estava começando um relacionamento quando saí da Bahia. Decidimos manter contato, mas sem chamar de namoro. Não enquanto eu estiver aqui. Entendeu agora? - Minha voz saiu mais ríspida do que eu gostaria.
Rafael deu um meio-sorriso, aquele que fazia meu coração dançar em ritmo da Timbalada, de tão sensual que era.
— Eu, no lugar dele, estaria maluco — disse ele, como quem não quer nada, sem saber que aquele simples comentário fez o ritmo de meu coração passar para bateria de escola de samba Junto com Olodum - Será que seu quase-namorado não fica se perguntando quantos caras dão em cima de você todo dia aqui em Uberlândia?
Tive que rir. Aquilo não condizia com o que vinha acontecendo. Fora umas olhadas que ganhava de um ou outro cara mais atiradinho, ninguém jamais havia me paquerado de verdade em solo mineiro. Rafael só podia estar de brincadeira.
- Nada a ver, Rafael — foi só o que disse em resposta ao comentário sem noção.
- Nada a ver? Um cara interessado de
verdade numa mulher pensa nessa possibilidade o tempo inteiro. Eu ficaria doente se estivesse no lugar dele.
Não entendi direito o que ele quis dizer. Rafael ficaria doente se a namorada dele fosse embora para outro país ou se ele fosse Tiago? A primeira hipótese me deixava com dor de estômago e a
segunda... bom, também.
- concordo plenamente com o Rafa - disse Vinícius
- a famosa frase " quem não da assistência, perde pra concorrência" - disse Gustavo se levantando - e ta grande hein
- grande onde, gente? Pelo amor de Deus - falei descontraída - vamos mudar de assunto né.
E assim foi feito. Ficamos conversando na varanda e depois fomos pra casa. No carro, o Rafael foi na frente com o Gustavo e eu atrás com a Geórgia que estava muito quieta por sinal.
No caminho a Geórgia começou a passar mal até desmaiar. Fiquei desesperada.
- Guga, dirige até um hospital mais próximo. - falou Rafael, seguro.
- Geo. Acorda pelo amor de Deus! - falei quase chorando
- calma, Eduarda. Ela ta respirando? - disse Rafael. Eu verifiquei e assenti - vê o pulso dela - assim eu fiz.
- ta batendo - falei me referindo aos pulsamentos.
- ja estamos chegando
- voa Gustavo!!
Chegamos no hospital e ela foi levada desacorda de em uma maca. Queria acompanhar ela mas como estava muito nervosa, o Gustavo preferiu ir.
Fiquei sentada na sala de espera com o Rafael. Estava cansada, calada e nervosa.
Eu não esperava que Rafael fosse se aninhar a meu lado, nem que tivesse intenção de segurar minha mão. Levei o maior susto, embora soubesse que era um gesto inocente, tranquilizador, sem segundas intenções. Deixei que ele fosse meu apoio e não senti vergonha ao me recostar nele, minha cabeça descansando confortavelmente em seu peito. Rafael reagiu fazendo carinho em meus cabelos com a outra mão. Suspirei, mais relaxada do que deveria vamos combinar.
- Eu ainda não disse que você está linda — elogiou ele, devagar. Sua voz saiu distorcida devido à nossa posição.
- Não -concordei, adorando estar sendo paparicada por Rafael pela primeira vez. — Está linda, Eduarda -repetiu, com mais ênfase.- Uma princesa!
-Não tem mais raiva de mim?- indaguei, incapaz de olhar em seus olhos.
-nunca tive raiva de você -rebateu, segurando-me nos ombros para me encarar
-Como não? Vai dizer que eu imaginei todas as vezes que você foi rude comigo?
-Não -reagiu -Mas não era por ter raiva de você.
-Então, era por quê?
- ela acordou! - Gustavo interrompeu. Que droga! Eu estava prestes a ter uma revelação. Por que comigo as coisas sempre pareciam ficar pela metade? Me livrei desse pensamento egoísta e fui correndo até o quarto da Geo. Ela estava falando com um enfermeiro que anotava algo numa prancheta. Não demorou muito ele saiu.
- Geo!!! - corri até ela e a abracei - o que aconteceu??? Como você ta? Ta melhor? - falei rapidamente. Ela riu
- estou! Calma, respira. Dois só uma queda de pressão.
- você tava tao bem no jantar. Percebi que quando fomos pra varanda, ficou um pouco mais calada
- ali eu ja estava um pouco tonta. Mas não queria preocupar vocês. É hereditário.
- acabou preocupando de qualquer jeito
- a Eduarda tava quase tendo um Treco - disse Gustavo
- claro, do nada ela desmaia. O bom foi que ela estava falando no momento, se não a gente ia pensar que estava dormindo - Falei e eles riram
- verdade. - disse Rafael - se fosse a Eduarda, seria a primeira coisa q eu ia pensar. Ela ja fica trancada no quarto o tempo inteiro e toda vez que Bato na porta ela atende com cara de sono
- fui feita pra dormir. - falei.
Ficamos ali mais duas horas de relógio até a Geórgia receber alta e em seguida fomos pra casa. Ela ja estava muito melhor. Chamei pra dormir la em casa, mas por incrível que pareça, ela recusou.
Deixamos ela na casa dela e em seguida fomos pro nosso prédio.
Chegando lá, cada um pro seu canto e fim.




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